Mostrar mensagens com a etiqueta Comentário. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Comentário. Mostrar todas as mensagens

Resenha do livro "O Homem da Tradição" de Eduard Alcántara.

        



  Enquanto alguns diletantes, teóricos e os mais variados devotos dos mais diversos fideísmos reivindicam para eles próprios o "status" de tradicionalistas: algo que seguramente pertence também à crise e à confusão nas quais se encontram os espíritos e as mentes dos homens do nosso tempo, outros ousam apontar o caminho mais provável, tomando como base; não o fatalismo e a obscuridade de certos sistemas de crenças em franco declínio (alguns pelos quais até lamentamos pelas circunstâncias disparatadas, mesmo abjectas nas quais vêm atingindo esse declínio), muito menos a ligeireza pedante e desvirilizada dos "iluminados" modernos: Esses moços de recados que vendem as suas caras opiniões a soldo das "egrégoras" dominantes no seu afã de moldarem e controlarem a realidade à sua imagem e semelhança.

   Dentre aqueles que impassíveis e imperturbáveis, insurgem-se contra a vulgaridade, contra o dogmatismo cego do credo liberal e contra todas as superficialidades hodiernas está Eduard Alcántara, autor tradicionalista espanhol que merece a nossa mais sincera estima e a nossa devida atenção.   

      Como o autor defende, o homem que pugna por ser da Tradição age sempre em sua consciência, tentando não baixar a guarda, sacralizando a quotidianidade mesmo nas coisas mais simples. Nessa fase terminal da Idade do Lobo ou Kali Yuga, esse homem não se deixará abater ou exaltar em demasia, sejam as suas acções frustradas ou bem-sucedidas. Chama ainda a atenção para o facto de que nem todos os homens que aspiram  a essa transmutação interior em direcção ao Ideal lograrão alcançá-la, mas que desde que a referência permaneça viva, ao menos afastar-se-ão da condição de homens vulgares... E aqui cabe a máxima de Nietzsche: "aquele que não seja capaz de governar a si próprio, que obedeça".

     O progressismo, o liberalismo e a democracia destruíram a sociedade natural, mergulharam o homem numa era de trevas, ocultaram o caminho da tradição e deixaram o homem abandonado aos seus instintos meramente animais. A vulgaridade, a baixeza e o apego doentio à matéria da qual o homem moderno é vítima (o "homem comum") distanciam as virtudes modernas das virtudes tradicionais, que constituem o antídoto ideal para a dinâmica dissoluta dos tempos que correm.

 É essa carência de tradição que torna impossível para o “homem comum” perceber pura e simplesmente a harmonia, a ordem e a beleza da natureza. Para Alcántara (e também para nós), no campo oposto ao homem da tradição encontra-se o "homem fugaz" representante de nossos tempos, nos quais o relativismo surgiu como uma de suas marcas; Nada se salva de ser passível de relativismos e ambiguidades mesmo em sua própria legitimidade e essência, portanto, os novos ícones que se colocam no lugar das referências tradicionais tendem a ter uma existência efémera. Para a modernidade não existem verdades absolutas incontestáveis, nem valores que delas dependam. 

Como define o autor -  sabiamente - a tradição é uma forma de compreender e viver o mundo e a existência que impeliu o homem a canalizar todas as suas actividades quotidianas para fins elevados, suprasensíveis, metafísicos ... e o levou a configurar tecidos sociais, culturais , económica e políticamente guiados e impregnados até o âmago por esses valores superiores dirigidos à aspiração da realização de um fim supremo e transcendente. 

   É precisamente essa negação do mundo tradicional que levou o homem moderno a se encontrar perdido, desorientado e isolado em si próprio,  como - tomando emprestada uma advertência do filósofo Estóico Séneca:" uma árvore que foi transplantada muitas vezes e não pôde finalmente crescer". 


Livro disponível na Amazon

 

Alea jacta est!

     

 


 No seu “Cavalgar o Tigre”, manual para os aristocratas de espírito numa época de dissolução, Evola lembra-nos que os estóicos - pela voz de Séneca - entendiam que era aos mais capazes que os deuses reservavam as provas mais duras.

“Séneca dizia que nenhum espectáculo é mais aprazível para os deuses do que o do homem superior a enfrentar a adversidade. Só aí pode conhecer a sua força – e Séneca acrescenta que são os homens de valor que são enviados para as posições mais arriscadas ou para as missões mais difíceis, enquanto os indignos e os fracos são deixados para trás.” (pag 58, versão inglesa, Ed. Inner Traditions)

Esta ideia que os estóicos cultivavam e que Nietzsche - grande recuperador da tradição europeia - retomará, com o seu conceito de amor-fati (amor ao destino) ou com alguns dos seus conhecidos aforismos (“Da Escola de Guerra da Vida - o que não me mata torna-me mais forte”) é, na verdade, a expressão filosófica de uma ideia cara à tradição imemorial dos povos europeus, manifestada desde os primórdios na sua religiosidade.

Quando se questionavam por que razões permitiam os deuses o advento dos infortúnios sobre os homens, os gregos lembravam os adágios da sua tradição: é no infortúnio que os deuses vêem a grandeza dos homens e se os homens não fossem sujeitos a enfrentá-lo, seriam incapazes de se diferenciar, de se erguer da mediocridade.

Na antiga tradição europeia, o que a divindade pede dos homens não é, portanto, a humildade em troca da salvação, é que nos momentos difíceis se comportem à altura, com coragem e dignidade. São os homens que o conseguem que são os predilectos dos deuses. E é por isso que na antiga tradição nórdica são os homens superiores e aqueles que tombaram em combate que ascendem ao Valhala para junto dos deuses.

Na sua obra-magna sobre as atitudes religiosas dos povos indo-europeus, Hans F. Gunther recorda-nos essa característica distintiva da nossa tradição primordial:

“Faz parte da força espiritual dos indo-europeus – e isto é testemunhado pela grande poesia destes povos e, acima de tudo, pelas suas tragédias – sentir profunda alegria no destino – na tensão entre as limitações do homem e a infinidade dos deuses. Nietzsche chamou a esta alegria amor-fati. Em especial aqueles de entre os indo-europeus com uma alma rica sentem – precisamente no meio do turbilhão dos golpes do destino – que a divindade lhes concedeu um grande destino perante o qual devem provar o seu valor (…). Mas esta alegria perante o destino, sentida pelos indo-europeus, nunca se transforma em aceitação da sorte ou em fatalismo.” (capitulo 3)

Somos hoje as testemunhas vivas do ocaso de uma era longa que foi marcada pela grandeza dos povos europeus e espera-nos agora um tempo de decadência que nos colocará perante grandes dificuldades.

É então o momento de nos lembrarmos da nossa tradição mais profunda e nos enchermos de alegria, pois é sinal de que o destino se prepara para nos testar e que os deuses nos escolheram e nos concederam uma grande honra.

Não é tempo de nos ajoelharmos, humildes e culposos, em súplicas à procura de redenção, é tempo para agradecermos a dura prova que os deuses nos propõem, porque, independentemente do final, o que importa é que nos mostremos à altura do desafio, de pé, orgulhosos perante o destino e dispostos ao combate.

Alea jacta est!

 

Rodrigo Penedo

Há que salvar os Hobbits

Hay que salvar a los Hobbits

El valor del relato fantástico reside en su capacidad para trasladarnos símbolos y metáforas. En su capacidad entonces para convertirse en “leyenda y mito” y a través de un lenguaje sugestivo de personajes y episodios de resonancias arquetípicas, darnos lecciones de vida.
Nosotros humildemente pensamos que eso es lo que ocurre con el universo de Tolkien. Siendo así, de todos los errores que comete Sauron en la Guerra del Anillo Único, quizás el más importante sea el de haber menospreciado a los hobbits…
Que los sencillos, pequeños e “insignificantes” hobbits, tengan un papel fundamental en la Guerra del Anillo Único, es algo que Sauron parece incapaz de imaginar.
Y sin embargo, resultará que son los hobbits, los pequeños e “insignificantes” hobbits, esos que Sauron despreció y ni si quiera contempló en sus planes de guerra, los que terminaron por ser su talón de Aquiles…
*

De todos los errores que comete Sauron en la Guerra del Anillo Único, quizás el más importante es el de haber menospreciado a los hobbits…
Forja anillos para corromper y someter a hombres, elfos y enanos, pero los humildes hobbits, pareciera que le resultan tan insignificantes y simples que no hace cuenta de ellos en su estrategia general por dominar la Tierra Media. Como si pudiera ignorarlos sin más contando con que su sometimiento a la Sombra será cosa segura, y que su papel en la Guerra del Anillo será nulo.
Por el contrario, quizás el mayor acierto de Gandalf y Aragorn, es fijarse precisamente en los hobbits y contar con ellos. Especialmente Gandalf, que desde el principio se siente intrigado por la sencillez y aparente mundanidad de sus vidas, como si detrás de ellas, pudiera encontrarse una fuente de fortaleza y bondad imprescindible para los días oscuros que estaban por llegar…
Y es que podemos suponer que Sauron, en las cuentas generales que hace de su estrategia de guerra, cuenta con que quizás aún corrompiendo a Saruman, alguno de los subordinados de éste (como Gandalf), sea capaz de resistir y hacerle frente. Y del mismo modo, aún contado con alienar o desesperar a los senescales de Rohan y Gondor, posiblemente cuenta con que pueda surgir un líder capaz de aunar a los hombres en su lucha contra Sauron (obviamente aquí hablamos de Aragorn). Es decir, que “un mago y un rey” puedan estar en el tablero de juego, aún a pesar del poder de Sauron para corromper, alienar o desesperar a los habitantes de la Tierra Media, parece que hace parte de los planes del Señor Oscuro. Por decirlo así, cuenta con ello…
Ahora, que los sencillos, pequeños e insignificantes hobbits, tengan un papel fundamental en la Guerra del Anillo Único, es algo que Sauron parece incapaz de imaginar. Cabe pensar en una soberbia tan demoniaca, que frente a los humildes hobbits, solo contempla desprecio. Siendo entonces que su arrogancia, le impide ver cómo detrás de esa sencillez, se esconde esa fuente de fortaleza y bondad que sí que supo ver Gandalf, y que los convierte en pieza fundamental de la lucha contra Sauron.
Hasta tal punto es así que Sauron, desconociendo las potencialidades que podía guardar el alma de un buen hobbit, “ni se le pasa por la cabeza” la posibilidad de que haya alguien capaz de cargar con el Anillo hasta el Monte del Destino y destruirlo. Sea lo que sea lo que hagan aquellos que encuentren el Anillo Único, más tarde o más temprano éste los corromperá y sin apenas percatarse de ello, terminarán por servir al Señor Oscuro. Es así como piensa Sauron, y por eso, aún sabiendo que el Anillo Único ha sido encontrado, no protege ni guarda el acceso al Monte del Destino. Como si ese flanco en cualquier caso, estuviera cubierto…
Obviamente estaba equivocado y todos sabemos que es así. Que esa fue su perdición. Que si en lugar de despreciar a los hobbits hubiera hecho por conocerlos, se habría dado cuenta que si había alguien capaz de sobreponerse al poder corruptor del Anillo y cargar con él hasta Amon Amarth, ese alguien, sería un buen hobbit…

A etapa tradicionalista de Evola: Influencias


 A fase já meramente Tradicionalista de Julius Evola, a fase final após passar através as anteriores - a vanguardista e a filosófica (1) - que poderíamos considerar como preparatórias desta, abarca desde o início da década dos anos 30, até á morte do nosso grande intérprete da Tradição, em 11 de junho de 1974.

A configuração final da cosmovisão de mundo tradicional do mestre romano, tem influências definitivas, de forma especial, em três autores: René Guénon, J.J. Bachofen e Hermann Wirth.

Do Francês Guénon, Evola faz sua a caracterização de duas categorias existenciais e vitais, as que em diferentes épocas o homem tem aderido, que são 'O Mundo da Tradição' e 'O Mundo Moderno'.
A visão do mundo e da existência, é próprio de cada um delas e tornar-se-á o eixo a partir do qual o mestre italiano fará girar os vários estudos que realizou ao longo destas quatro últimas décadas e meia da sua vida.

A antítese representada, de um lado, por um tipo de homem ( O Homem da Tradição (1) ),  que consagra toda a sua existência e que o faz dentro das comunidades que fazem o mesmo (Mundo Tradicional) e, por outro lado, por outro tipo de homem (o homem moderno), assim como por outro tipo de sociedade cujos laços com Alto estão quebrados, e cujos integrantes são forçados ao mais rude materialismo (mundo moderno), irá fornecer, como antítese, a Evola as chaves definitivas para ajustar o foco de todas as suas análises e estudos.

Do Suiço J.J. Bachofen retirará bastante dos seus trabalhos sobre a morfologia dos dois tipos de culturas e civilizações antagónicas que foram sucedendo ao longo da história da humanidade: umas de tipo patriarcal, que entende do aristocrático, do diferenciado, da forma, e  do hierárquico, e de um tipo de espiritualidade viril, apolínea, solar e Olímpica. e outras, por outro lado, de tipo matriarcal que entende do ginecocrático, igualitário, do promíscuo e indiferenciado, e dos cultos de carácter telúrico, ctonio e Lunar.

Deve-se, em outros assuntos, assinalar que o autor suíço adquire o direito de um certo evolucionismo que Evola não compartilha, pois situa as origens do discurso humano pelo tempo, as sociedades de carácter matriarcal que tinham sido, felizmente em determinados períodos, substituídas - num sentido evolutivo – por outras de carácter patriarcal, quando, contrariamente a esta abordagem, o mestre italiano situa as origens (e de acordo com as diferentes tradições e textos sacro-sapientes) das comunidades patriarcais (na Idade do Ouro ou Satya-yuga) e, posteriormente a estas - como resultado de um processo involutivo, de queda - das sociedades de natureza matriarcal.

Do Holandês Hermann Wirth, Evola mostra muito interesse pelas suas investigações arqueológicas, já que através das constatações efectuadas pelo pesquisador holandês (em que o elemento rúnico não é exactamente trivial) se demonstre que, embora a origem dos povos Indo-Europeus esteja localizado na cultura escandinava Ertebolle-Ellenberk, estes povos são os herdeiros de outros proto-indoeuropeus cujas origens remontam ainda  mais a norte.

É assim que Evola reverte o seu lugar original para os míticos (2) Thule ou Hiperbórea da tradição greco-romana, a Aryanem Vaejo do Avesta iraniano ou a esse Monte Meru que falam os Vedas ... a essa terra que teria estado localizada na latitudes mais setentrionais do planeta, e em que teria acontecido a Idade de Ouro ou Satya-yuga (ou Satya-yuga): a Tradição Primordial.

As contribuições desses três autores, são capitais pata o mestre romano na hora do seu desenvolvimento de uma metafísica da história, de uma morfologia do Mundo da Tradição e do mundo moderno.

NOTAS:
• Algumas das principais características que definem este tipo de homem podem ser lidas no nosso livro “El Hombre de la Tradición” (Editorial EAS).
• “La etapa filosófica de Evola: influencias”:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/21/la-etapa-filosofica-de-evola-influencias/
• O carácter mítico desse lugar originário da Idade de Ouro, seguramente se reveste de um carácter também real, como por exemplo, pensamos que é demonstrado pela leitura do trabalho do autor indiano Bal Gangadhar Tilak “El hogar ártico de los Vedas” (Editorial Retorno).

Autor: Eduard Alcántara
Traduzido de:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/25/la-etapa-tradicionalista-de-evola-influencias/

Aniversário do nascimento de Julius Evola

Hoje celebra-se o aniversário do nascimento de Julius Evola (19-Maio-1898).

Filósofo, escritor metapolítico e um dos mestres da Cultura e Tradição Europeias, foi um defensor do tradicionalismo, com uma visão "ascendente" ou continuamente melhor para a sociedade.

A nossa melhor homenagem, é nunca esquecer:

"Uma única coisa deve importar ao Homem: permanecer de pé entre as ruínas"
Julius Evola

Saber escolher

Texto publicado originalmente neste blogue em Dezembro de 2007
 
«Recuemos, e será maior o perigo, avancemos, e será maior o esforço» (Séneca)

Perguntamo-nos “nós”, que nunca fizemos parte de nenhuma claque de futebol, que nunca os nossos pais nos incutiram ódio para com ninguém de outra raça ou outra religião (excluindo as anedotas normais dos “samoras”, a sovinice dos eleitos, e a ciganice parasita…!), que desde miúdos nos acostumamos a ver ano sim ano não um filme sobre o holocausto judeu, que desde a entrada na escola vimos a História contada pelos ditames estatais, quer antes do 25 de Abril, quer depois da dita data, até ao actual politicamente correctês – perguntamo-nos como viemos “aqui” parar?

Reforçando a ideia: desde tenra idade “aprendemos” quem eram os bons e quem eram os maus. Onde estavam os coitados dos perseguidos e quem eram os seus diabólicos perseguidores. De quem fugisse deste padrão educacional podia-se dizer muita coisa, mas não estava certamente enquadrado nas pessoas de bem, e se tinha ideologias e personagens diabólicas como ídolos, das duas uma, ou era nitidamente mau carácter ou mais um adolescente com crises próprias da idade…

Frisamos que estamos a falar da generalidade educacional das últimas gerações e não de casos esporádicos que culturalmente através de educação familiar, ou de amigos próximos, tiveram um contacto diferenciado com a História.

Dito isto, e sabendo que muita gente obrigatoriamente influenciada pelo establishment andou da esquerda para a direita, e da direita para a esquerda à procura de… um mal menor, que tem vindo a descobrir empiricamente com o tempo, à sua custa e da pior maneira, e portanto parou para pensar, reflectir, ou simplesmente num – basta, já chega – procurou e procura alternativas.

As alternativas que muita boa gente encontra, como num último balão de oxigénio, são-lhes enganosamente fornecidas, ainda, pelo establishment democrático em forma de Blocos de Esquerda, pretensamente anti-sistema, mas do qual, tão bem sabemos, eles também fazem parte. Perguntamo-nos se dita gente alguma vez poderia fazer parte das nossas fileiras ou se em última analise diríamos – está-lhes no sangue, são vermelhos, ou de outros – anarcas por natureza!

No entanto sabemos que, mesmo que por raras excepções, não é assim, e que por diversas formas eles chegam até “nós”, talvez por descobrirem quem realmente o Sistema persegue e encarcera, por delitos de opinião, nesta Europa (livre e democrática!).

Devemos no entanto estar cientes de uma coisa, somos nós, como já anteriormente referimos, “os maus da fita” pois é essa a imagem que os me(r)dia e restante escumalha passa de gente que pensa e age de modo diferente, e por conseguinte, com este nosso negro rótulo, quem de nós se pretende aproximar, alguma coisa de mau terá!… Como alguém dizia: Se não é tarado, alguma tara lhe iremos encontrar mais tarde!…

Quando os me(r)dia & associados diariamente fazem a lavagem cerebral dizendo o quão maus e perigosos “somos”, digamos que é de ter cuidado com quem nos procura, não acham?

Temos estado a abordar este tema referindo-nos a “nós” com aspas, precisamente para relembrar que nestas aspas cabe uma amálgama, raramente coesa, de gente, grupos e partidos, que os nossos inimigos chamam vulgarmente de “extrema-direita”, extrema esta mil vezes pior que qualquer extrema-esquerda que como bem sabemos é aceite e acarinhada pele sistema («les enfants terribles»).

Ao contrário dos democráticos e seus queridos extremistas de esquerda que brincalhonamente se picardiam, dando ares de oposições sérias com salutares alternativas, a “nossa gente”, por vezes muito douta, faz teses e escreve artigos sobre as “várias extremas-direitas” e sua forma de actuação ou inacção. Uns são acusados de violência gratuita e outros de se virarem demasiado para si mesmos e preferirem uma espécie de – como é mesmo? – contemplação baseados num qualquer orientalismo!…

Achamos por bem balizar estes dois posicionamentos para tentarmos perceber o que anda pelo meio destes dois postes da chamada extrema-direita, os da pancadaria gratuita e os “monges orientais” a olhar o vazio!

Pois bem, como podem observar, parece “termos” de tudo, agora meus caros é só uma questão de marketing, e olhem que para além dos da pancada e dos monges a “fauna” é imensa.

A propósito de Pedro Varela: Bandeiras e Etiquetas




Voltamos a publicar este texto, aparecido originalmente no Boletim Evoliano, porque convém nunca esquecer que há homens que mesmo não partilhando todas as nossas posições, nem por isso deixam de ser “um dos nossos”!

*             *             *
por Eduard Alcántara

Há pessoas que dizem hastear a mesma bandeira que a nossa. Há aqueles que dizem fazê-lo, senão for com a mesma, com uma bandeira semelhante. Nós temos dificuldades em identificar muitas dessas bandeiras como iguais ou semelhantes à nossa. Nisto não reside nenhuma dificuldade. No entanto, depois de conhecermos uns e outros não demora muito tempo até que comecemos a sentir-nos em comunhão existencial com uns e a ver outros como estranhos. Não adianta ostentar publicamente uma etiqueta ou outra mas sim aspirar a viver de acordo com os princípios e a essência que a caracterizam. Não nos chega, sequer, que nos demonstrem erudição e conhecimento dos conteúdos e objectivos contidos na nossa bandeira. Há que exigir, no mínimo, um intento de assumpção dos seus parâmetros vitais.
Há indivíduos que, por muito que digam que partilham a nossa trincheira, nunca serão dos nossos nem nunca os consideraremos como tal, pois após um breve contacto não descortinamos na sua actuação nenhum valor entre aqueles que são próprios do Homem da Tradição. Não identificamos nestes indivíduos nem um vestígio de nobreza, de lealdade, de fidelidade, de valentia, de sinceridade, de franqueza, de serenidade, de temperança, de espírito de serviço e sacrifício, de firmeza interior, de bravura, de tenacidade, de perseverança, de laconismo, de prudência ou de abnegação, mas pelo contrário, em pouco tempo, poderemos vislumbrar ou perfídia, ou hipocrisia, ou egoísmo, ou individualismo, ou ânsia de notoriedade, ou tendência para a cobardia, ou predisposição para a traição, ou deslealdade, ou mentira, ou ligeireza para criticar ou até caluniar aqueles que lhe são próximos, ou a inveja, ou rancor, ou o ódio, ou a incontinência verbal, ou a charlatanice, ou a irascibilidade, ou mudanças súbitas de humor, ou a instabilidade psíquica, ou a ruindade, ou a inconstância, ou a dissimulação, ou a estridência e a imprudência. Para nós é, por isto, quase indiferente, se alguém hasteia a nossa bandeira ou uma parecida, pois o que na verdade nos importa é que o faça tentando sentir os valores que sempre foram os da Tradição e não apenas impregnados dos contravalores do mundo moderno. A etiqueta não nos serve de nada se o etiquetado nada faz em honra dela. Causa-nos ainda mais desagrado o indivíduo que professa verbalmente a sua adesão a uma etiqueta semelhante à nossa e a mancha de modo execrável do que aqueles contemporâneos nossos que se sentem identificados com esta funesta modernidade e fazem gala do seu posicionamento. Estes, ao menos, mostram coerência entre os seus contravalores de referência e a etiqueta própria do mundo moderno, o qual idolatram e santificam. Os outros, pelo contrário, traem as nobres causas com a sua maneira de ser. Sentimos camaradagem por aqueles que mesmo não militando exactamente na nossa bandeira são fiéis na sua existência aos valores que temos identificado como próprios da Tradição. Talvez possamos discordar com estas pessoas em certos detalhes na hora de conceber a existência. Embora possamos ir beber a fontes idênticas, talvez algumas das nossas referências históricas (ou proto-históricas) ou míticas não sejam as mesmas (ou exactamente as mesmas) mas sentimo-nos como camaradas quando conhecemos e podemos comprovar os valores que os regem e caracterizam a sua maneira de ser.
Neste sentido, entre estas pessoas dignas de admirar pelo exemplo que dão – ao serem coerentes com os valores nos quais acreditam – encontramos um represaliado pelo Sistema Dominante, Pedro Varela. Poucas pessoas como ele libertam essa espécie de aura que é a marca da coerência, da honestidade, da tenacidade e da limpidez de ânimo. Uma aura que move a admiração de todos aqueles que apreciam os valores ignorados e menosprezados, pertencentes ao Mundo da Tradição. Por outro lado, Pedro Varela apenas provocará inveja, receios e ódio entre os modernos, impotentes para fazer seus aqueles elevados valores, pois a incapacidade e a impotência movem a inveja dos que não são capazes de dignificar-se pela sua vontade e esforço constante.
Que os escassos Homens rectos propaguem seus ideais entre si, enquanto os néscios, os desajustados, os alienados e os desequilibrados produtos da modernidade vão merecendo o respeito do Sistema. No entanto, não nos surpreende o destino que o mundo moderno outorga a estes tipos antagónicos de pessoas, pois aos primeiros não os pode manipular, domesticar, hipnotizar, e aos segundos, pelo contrário, seduz, programa e converte em seres movidos por reflexos compulsivos e escravizados com grande facilidade.
Mesmo que apenas exista um homem íntegro, a chama da Tradição não se extinguiu de todo!

-- Boletim Evoliano, nº 1, 2ª Série

Evola e o judaísmo

Conferência do nosso amigo e camarada Eduard Alcántara, proferida na Libreria Europa


Para quem vive, ou pretende viver, com ideais, ideias e espírito crítico, o mundo de hoje é cada vez mais isolador, votando ao ostracismo quem contesta e não se coaduna com a frivolidade da maioria das relações sociais. Nestas prevalecem a hipocrisia, o oportunismo, o uso e descarte conforme as conveniências. Dentro das próprias famílias, por vezes, há “personas gratas” e “non gratas”, conforme o seu “status” social. Entre amigos, as circunstâncias do momento ditam os relacionamentos e o afastamento é impiedoso para quem não tenha aceitação. Desde sempre considero amigo um conceito burguês, pejado de relativismo e subjectivismo, algo que cada vez mais perde o seu conteúdo afectivo e moral. Pelo contrário, o conceito de camarada, para lá de qualquer conotação política, é algo que, dentro das próprias instituições militares e paramilitares, sempre implicou um compromisso e uma relação de reciprocidade e união para lá das trivialidades da vida civil. Pelos camaradas sempre se lutou e morreu, muitas vezes sacrificando a própria vida pelos demais.
Ao afastar-me cada vez mais das muito bem-amadas concepções políticas ditadas pela correcção tolerada pelo “establishment”, todas as instituições políticas, sociais e filosóficas existentes deixaram de me transmitir qualquer fiabilidade e qualquer razão de utilidade. As agremiações políticas, mesmo aquelas que se autoproclamam como radicais e alternativas ao sistema, vivem segundo as regras a que a democracia já habituou todos os seus apaniguados. Os egos são ali alimentados com cargos honoríficos e os seus membros digladiam-se por atenções e honrarias conferidas pelas hierarquias superiores. Outros, como alguns grupos de intervenção, sem intervenção definida, caracterizam-se por… intervenção nenhuma.
Quando descobri o blogue da Legião Vertical, corria o ano de 2009, deparei-me com conteúdos que pela primeira vez escapavam à chuva no molhado e aos lugares comuns habituais, para além da afinidade que já sentia pelo pensador Julius Evola. Para definir o momento do despertar do interesse, podemos começar pelo próprio conceito de Legião, que por si só significa um corpo da antiga milícia romana, ou por extensão corpo ou divisão de um exército. A meu ver, uma sociedade que não degrade os seus antepassados e valorize a estirpe da sua grei tem de ter conceitos fortes militaristas, sob pena de a decadência a destruir. Nenhum laço é mais forte do que o laço criado entre os soldados numa guerra ou num período de recruta. Um acaso feliz colocou-me no encontro entre membros da Legião Vertical e cedo comecei a participar nos seus eventos, permitam-me especificar, em cerca de 2010. Contudo, a vida impediu-me de estar nessa época disponível para participar de corpo e alma nas actividades da Legião, criando um muro entre mim e o meu destino. Quando não é chegada a hora, a obra não nasce e a luta faz-se noutros campos de batalha. Mas, quando o sentimento, os valores e os ideais prevalecem, graças à perseverança, o tempo próprio para a chegada da hora é aguardado sem impaciência e sem constituir nenhum óbice, e ninguém será votado ao esquecimento. E assim aconteceu, desde 2014, ano a partir do qual os meus medos e vontade de superação foram postos à prova em situações de limite criadas para o efeito pelos camaradas, nas quais aprendi a conhecer-me e a testar-me, ultrapassando receios e tornando-me mais homem. Barreiras foram ultrapassadas, tomando consciência de que é impossível esculpir a mente e o espírito, descurando a parte física e respectiva potencialidade. Não existe luta sem concertação de forças. Na diversidade e especialidade de cada uma dessas forças pode haver então uma frente de combate. A nossa sobrevivência enquanto homens e dos nossos ideais dependerá do poder que cada um irá acrescentar ao grupo. Tal desiderato não é para todos, é para os que já foram escolhidos, pois outros foram desviados por certas forças que os afastaram do nosso caminho. Que o destino nos torne, pelo menos, um farol que sirva como guia, através do nosso exemplo. E que este mesmo exemplo dignifique aquilo que representamos. Grato a todos os camaradas que me aceitaram.

Editorial do Boletim Evoliano nº 12 (2ª série)

Sobre a Síria

Nos pedía un camarada un breve sumario acerca del conflicto sirio y, así, a bote pronto, le explicamos que:

Tiene tantas aristas e implicaciones el conflicto sirio que es complicado despacharlo en pocas líneas. Siria es por un lado un país incómodo para el NOM, pues Al Assad no entra en los canales de la finanza mundial y su país no tiene deudas con organismos como el Banco Mundial. Esto lo coloca en el punto de mira de los dirigentes, más o menos visibles, y de los esbirros de dicho Nuevo Orden Mundial (Gaddafi pagó cara su osadía de no doblar el espinazo ante el mundialismo especulador y usurocrático). Por otro lado Siria es aliada de Rusia y buena manera de debilitar al gran competidor geoestratégico de los EE. UU. es aniquilando a sus aliados. En el territorio sirio Rusia posee una base naval que le da salida al Mediterráneo... perderla supondría un gran avance para los EE.UU. en el tablero estratégico mundial.

A Israel también le interesa el derrocamiento de un Régimen político que siempre ha mostrado su hostilidad hacia Estado sionista. Si cae el Régimen sirio de paso pierde Irán otro de sus aliados en la zona. Y no debemos olvidar que Irán es otro de los países que se halla más enfrentado con Israel. Irán es, a su vez, otro de los peones rebeldes al NOM; otro de los que no entra en las redes de la usurocracia planetaria.

Así las cosas se trataba de generar artificialmente otro conflicto (al estilo de las "Primaveras árabes") por tal de acabar con el Régimen de Al Assad. Se introducen yihadistas de diferentes países que se unen a los escasos que (por razones más bien étnico-religiosas; gentes no alauitas a diferencia de lo que ocurre con el Jefe de Estado sirio) existen en el país (o que potencialmente pueden llegar a serlo), se les arma desde Occidente (M16 británico, CIA y Mossad) a través de terceros países (para no levantar excesivas sospechas; aunque en ocasiones la careta se ha caído y hemos hasta visto helicópteros estadounidenses Apache escoltando convoys del ISIS...), se les financia y se les compra el petróleo (como lo hace Israel -el principal comprador- o Turquía -tal cual realiza el hijo del Presidente Erdogan a través de la empresa petrolífera que dirige) que extraigan de las zonas que puedan llegar a controlar para que así puedan mejor autosubvencionarse.

Sobre la consecuencias del conflicto las hay múltiples, pero por no abordarlas todas comentar una:

Con la excusa de "refugiados" que huyen de la guerra, desde las altas instancias mundialistas se decide atiborrar a Europa de extraeuropeos... la agenda trazada en el viejo ya Plan Khalergi sigue en marcha: se trata de bastardizar Europa a través del mestizaje para hacerle perder los residuos de su cultura genuina, sus raíces y su identidad y hasta su misma existencia para, de esta manera, adocenarla de forma ya irremisible y amputar, así, cualquier amago de reacción que pudiera haber, en un futuro hipotético, ante el siniestro plan mundialista. Ni que decir tiene que entre los "refugiados" la mayoría son varones jóvenes y casi todos musulmanes. Muchos de ellos son integristas islamistas (tal como se ha comprobado a través de múltiples sucesos acaecidos ya en tierras europeas) que no se entiende que pudieran tener nada en contra del ISIS o Al Nusra (rama de Al Qaeda) como para tener que huir de esas tierras en conflicto. Los menos de estos "refugiados" proceden de Siria e Iraq y los más, salvando los proyihadistas, intentan entrar a Europa (procedentes de un buen nº de países) por motivos económicos (buscando el vivir de las prestaciones que ofrece el viejo continente -a costa de todos nosotros- sin tener que trabajar). Ni que decir tiene que los ricos países árabes musulmanes de la zona (Arabia Saudí y el resto de países de la Península Arábiga) no se hallan dispuestos a acoger a ninguno de sus hermanos de fe ¡...todos deben venir a Europa!

Eduard Alcántara


Já todos conhecem aquela velha máxima: constrói a casa sobre a rocha e ela aguentará tempestades… Constrói a casa sobre a areia e ela desaparecerá com a primeira subida das águas.
Algumas casas construídas em cima de areia que por obra do destino se têm miraculosamente aguentado, devem a sua periclitante estabilidade precisamente à ausência de um, digamos, aguaceiro mais sério, e assim vão continuando.
Vimos outras casas desaparecerem sem mesmo que o clima externo interferisse… ruindo por dentro.
Outras feitas por “engenheiros e arquitectos de renome” com estacas bem espetadas na areia ruíram também… feita a inspecção verificou-se que a “minha estaca era melhor que a tua…”
Ultimamente temos assistido a pretensas construções em cima de ondas, sim textualmente, naquelas mesmas ondas que batem a costa grega e italiana. O lema destas casas é: temos que apanhar a onda!
Outros como não conhecem Rocha Sólida constroem consecutivamente na areia… uma após outra…
Nós também construímos uma casa na areia, mas é uma “casa de férias”, onde podemos convidar os nossos amigos e alguns conhecidos, fazer umas brincadeiras na praia e surfar.
A outra nossa casa não é de fácil acesso, é pequena, quiçá muito pequena, mas construída sobre um Grande Rochedo, talvez para além do bem e do mal porque foi construída com Amor.

Entrevista a representante do Hezbollah

Entrevista a Nawaf al-Mousawi por Davide Malacaria e Lorenzo Biondi (Fonte)

Nawaf al-Mousawi a été responsable des affaires étrangères du Hezbollah. Il nous reçoit dans son bureau au Parlement libanais, où il siège en qualité de député.

Comment est né le Hezbollah?
NAWAF AL-MOUSAWI: Le Hezbollah est né en 1982, comme mouvement de résistance contre l’occupation israélienne. Tous les peuples qui ont subi une occupation ont organisé une résistance, et ceci est une action légitime. En même temps, nous sommes un parti politique libanais qui a fait un choix irréversible en faveur d’un état pluraliste, et ceci pour deux raisons. La première, c’est que nous voulons que notre pays soit un exemple de cohabitation entre peuples et religions. Si Dieu l’avait voulu, il aurait donné la même religion à tous les hommes. Or Dieu a décidé en faveur du pluralisme. La vérité sera dévoilée au moment de la Résurrection et du Jugement. La deuxième raison, c’est que nous refusons le régime racial qui implique des gouvernements séparés pour chaque peuple et chaque religion. Nous refusons le sionisme comme mouvement raciste, conformément à la résolution de l’ONU n. 3379.

Et votre alliance avec le parti du général Aoun?
AL-MOUSAWI: Un premier dialogue s’est ouvert en 1989, lors de l’embargo imposé aux quartiers chrétiens que contrôlait le général Aoun. Nous avons refusé cet embargo et nous avons laissé passer les vivres et le combustible à travers nos quartiers, ce qui a favorisé la fin du blocus. Nous croyons en la nécessité d’instaurer et de garder de bonnes relations avec nos partenaires chrétiens au Liban. Leur rôle est fondamental, y compris sur le plan politique, mais la politique américaine les sacrifie sur l’autel des intérêts pétroliers des États-Unis et de ceux d’Israël. Ils portent la responsabilité du sang chrétien répandu au Moyen-Orient, en Irak, en Palestine et en partie au Liban. En Irak, les chiites aspirent à vivre en paix avec les chrétiens. La Syrie est la première à offrir un refuge aux réfugiés chrétiens irakiens… Nous faisons appel à l’Europe pour sauver les chrétiens des dangers auxquels la politique américaine les a exposés.

Pendant la dernière guerre, la communauté chrétienne a porté secours aux musulmans. Cela a-t-il eu des retombées dans les relations entre les deux communautés?
AL-MOUSAWI: Énormément. Notre reconnaissance envers les chrétiens durera dans les siècles et les siècles. Prenons un exemple: de nombreuses familles chiites ont trouvé refuge à Jazzin, une ville chrétienne. Lorsque nous avons remercié ses habitants pour leur aide, ils nous ont répondu: «Nous n’avons fait que vous rendre la protection que vos ancêtres nous ont offerte au XIXe siècle, lorsque nous en avons eu besoin…». Deux siècles après, leur mémoire était encore vivante… Je suis sûr que les chiites garderont ce souvenir bien au-delà de deux siècles. Sayyid Hassan Nasrallah est un homme religieux. Tous les jours, il rappelle dans ses prières le général Aoun, Sleiman Frangieh et Émile Lahoud, trois leaders chrétiens. Nasrallah dit toujours que le jour du Jugement, il priera le Seigneur pour eux. Cela semble un miracle, mais au Liban, il est normal de prier pour des hommes d’une religion différente.

L’alliance avec un parti chrétien a-t-elle eu une influence sur vos relations avec les chrétiens libanais?
AL-MOUSAWI: La chrétienté devra remercier le général Aoun pendant des siècles, pour le crédit que les chrétiens ont acquis grâce à lui, grâce à l’aide qu’il a fournie aux musulmans au cours de la dernière guerre. À l’inverse, le mouvement chrétien Forces libanaises milite en faveur d’Israël depuis les années Quatre-vingt, et sa position a déformé l’image de toute la chrétienté au Moyen-Orient. En 1997, Jean Paul II a dit aux chrétiens qu’ils devaient faire partie intégrante du monde arabe: il n’y a pas meilleure intégration que la solidarité au moment du danger.

Le Hezbollah peut-il renoncer à ses armes, dans un cadre de détente au Moyen-Orient?
AL-MOUSAWI: La tension au Moyen-Orient est le fruit de l’agression israélienne. Si celle-ci cesse, il n’y aura plus de raison de porter des armes. La résistance est une réaction contre l’occupation des territoires libanais, du Golan et de la Palestine. La Palestine doit devenir un état démocratique et pluraliste, implanté dans son territoire historique.
Powered by Blogger