A Montanha e a Espiritualidade


No mundo moderno existem dois factores que, acima de quaisquer outros, são responsáveis por embotar a nossa compreensão da espiritualidade tal como foi conhecida nas mais antigas tradições: o primeiro é o carácter abstracto da nossa cultura; o segundo é a glorificação de uma cega e frenética obsessão pela actividade.

Por um lado, há pessoas que identificam o “espírito” com a erudição adquirida em bibliotecas e nas salas de aula das universidades, ou com os jogos intelectuais dos filósofos, ou com um esteticismo literário ou pseudo-místico. Por outro lado, as novas gerações transformaram a competição atlética numa religião e parecem incapazes de conceber o que quer que seja para além da excitação das sessões de treino, competições e proezas físicas; elas realmente tornaram as conquistas desportivas num fim em si mesmo em vez de serem um meio para um fim mais elevado.

Algumas pessoas consideram esta oposição de estilos de vida como uma espécie de dilema.
Na realidade, no chamado tipo académico, frequentemente encontramos uma aversão inata por qualquer tipo de disciplina física; e do mesmo modo, em muitos praticantes de desportos, o sentido da força física alimenta o desprezo por aqueles que nas suas “torres de marfim” se limitam aos livros e às guerras de palavras que eles consideram inofensivas.
Estes dois estilos de vida devem ser considerados como mal orientados e como frutos da decadência moderna por serem ambos estranhos à visão heróica do espírito que constituiu o eixo das
melhores tradições clássicas do Ocidente que, no contexto da actual renovação da Itália, tem sido evocado com sucesso.
Muito frequentemente as pessoas esquecem que a espiritualidade é essencialmente um modo de vida e que a sua medida não consiste em noções, teorias e ideias que foram armazenadas na própria cabeça.

A espiritualidade é na realidade aquilo que de forma bem sucedida foi actualizado e traduzido numa sensação de superioridade que é experimentada internamente pela alma, e a nobre conduta, que se expressa no corpo.
A partir desta perspectiva é possível apreciar uma disciplina que, embora possa concernir às energias do corpo, não começa e acaba com elas mas que se tornará por sua vez no meio para o despertar de uma espiritualidade vivaz e orgânica.
Esta é a disciplina de um carácter interior superior.

No asceta, tal disciplina está presente numa forma negativa, por assim dizer; no herói está presente numa forma positiva e afirmativa, típica do mundo Ocidental.
A vitória interna contra as forças mais profundas que afloram na própria consciência durante momentos de tensão e perigo mortal é um triunfo num sentido externo, mas é também a marca de uma vitória do espírito sobre si próprio e de uma transfiguração interior.
Por esse motivo, na  antiguidade, uma aura de sacralidade envolvia tanto o herói como o iniciado num movimento religioso ou esotérico, e figuras heróicas foram consideradas como símbolos de imortalidade.

Não obstante, na civilização moderna tudo tende a sufocar o sentido heróico da vida. Tudo está mais ou menos mecanizado, espiritualmente empobrecido, e reduzido a uma prudente e regulada associação de seres carentes e que perderam a sua auto-suficiência. O contacto entre os profundos e livres poderes do homem e o poder das coisas e da natureza foi cortado; a vida metropolitana tudo petrifica, sincopa toda a respiração, e contamina toda a “fonte” espiritual.

Como se isso não bastasse, as ideologias dos espíritos fracos nutrem desprezo por todos aqueles valores que noutros tempos foram os pilares fundamentais de organizações sociais mais
racionais e brilhantes. Nas sociedades antigas o topo da hierarquia era ocupado pela casta da aristocracia guerreira, ao passo que hoje em dia, nas utopias pacifistas-humanitárias (especialmente
nas anglo-saxãs), tenta-se retratar o herói como uma espécie de anacronismo, e como uma entidade perigosa e nociva que um dia será convenientemente abolida em nome do progresso.

Uma vez sufocada, a vontade heróica procurará outros escapes fora da rede dos interesses práticos, paixões e anseios, e essa rede torna-se cada vez mais apertada com o passar do tempo: a excitação que os desportos induzem nos nossos contemporâneos é apenas uma expressão disto.
Mas o heróico necessitará de se tornar novamente autoconsciente e mover-se para além dos limites do materialismo.
Na batalha contra as altitudes da montanha, a acção é finalmente livre de todas as máquinas e de tudo aquilo que distrai da directa e absoluta relação do homem com as coisas.
Próximo do céu e das profundas fendas de gelo – entre a calma e silenciosa grandiosidade dos cumes; nos impetuosos ventos e tempestades de neve; entre o brilho ofuscante dos glaciares; ou entre a feroz e impiedosa verticalidade das paredes rochosas – é possível despertar (através daquilo que a princípio pode parecer o mero emprego do corpo) o símbolo da superação, uma luz verdadeiramente espiritual e viril, e estabelecer contacto com as forças primordiais encerradas no interior dos membros do corpo. Deste modo a luta do alpinista será mais do que física e uma escalada bem sucedida poderá representar o cumprimento de algo que já não é meramente humano.
Nas mitologias antigas os picos das montanhas eram considerados os tronos dos deuses; isto é mito, mas é também a expressão alegórica de uma crença real que poderá sempre ressuscitar subespécie interioritatis.

Na vida – como tem sido assinalado, desde Nietzsche, por Simmel – os humanos têm um estranho e quase inacreditável poder para atingir certos cumes existenciais nos quais “viver mais” (mehr leben), ou a mais alta intensidade de vida, é transformado em “mais do que viver” (mehr als leben).
Nestes cumes, tal como o calor se transforma em luz, a vida torna-se livre dela própria; não no sentido da morte da individualidade ou de algum tipo de naufrágio místico, mas no sentido de uma afirmação transcendente da vida, na qual angústia, inquietação interminável, anseio e preocupação, a demanda pela fé religiosa, sustento e metas humanas, tudo cede o caminho a um estado dominante de calma.
Existe algo maior que a vida, dentro da própria vida, e não fora dela. Esta experiência heróica é boa e valorosa em si própria, enquanto que a vida comum é apenas guiada por interesses, coisas externas e convenções  humanas. Uso a palavra experiência, porque este estado não está ligado a nenhum credo ou teoria em particular (que são sempre inúteis e relativas); pelo contrário apresenta-se da forma mais directa e indubitável, tal como as experiências de dor e prazer.

Esta profunda dimensão do espírito, que se percebe a si própria como infinita, auto-transcendente, e para além de toda a realidade manifesta, é novamente despertada e resplandece – mesmo que de forma não inteiramente consciente – na “loucura” daqueles que, em número crescente e sem nenhuma razão específica, ousam desafiar as altitudes da montanha, conduzidos pela vontade que prevalece sobre os medos, a exaustão e os instintos primitivos de prudência e auto-preservação.
Sentir-se abandonado aos próprios recursos, sem auxílio numa situação desesperada, envolto apenas nas próprias forças ou fraquezas, sem ninguém com quem contar além de si mesmo; a escalar de rocha em rocha, de apoio em apoio, de saliência em saliência, inexoravelmente, por horas e horas; com a sensação da altitude e do perigo iminente por toda a parte; e finalmente, após o duro teste de invocar toda a sua auto-disciplina, o sentimento de uma indescritível libertação, de uma solidão solar e do silêncio; o fim da luta, a subjugação dos medos, e a revelação de um horizonte ilimitado, por milhas e milhas, enquanto tudo o resto jaz abaixo – em tudo isto pode-se verdadeiramente encontrar a real possibilidade de purificação, de despertar, de renascimento de algo transcendente.

Não importa que o simbolismo heróico da montanha possa apenas ser experimentado inicialmente por poucos. Quando estes significados são devidamente focados, eles irão influenciar pessoas. Não há um verdadeiro alpinista que não seja capaz de experienciar a escalada, nem que seja apenas por uns poucos vislumbres ocasionais, como algo mais que um mero desporto. Da mesma forma, não há um verdadeiro alpinista que não ostente, nos olhos ou no rosto escurecido pelo reflexo do sol na neve, a marca de uma raça que se transformou para além da do povo das planícies.

Nesta base, devemos salvar as montanhas da contaminante invasão de turistas que tentam conquistá-las pela montagem dos seus “civilizados” acampamentos-base.
Não me refiro apenas a esses jovens de espírito fraco que levam para as populares estâncias de montanha os seus hábitos frívolos e mundanos da cidade (tais como as discotecas e as quadras de ténis), e que de maneira snobe exibem o seu novo equipamento colorido, comprado unicamente para usar nalguma inofensiva caminhada pelos bosques. Refiro-me também àqueles que maculam locais silenciosos e incontaminados com materialismo e trivialidade, nomeadamente com um espírito competitivo e a mania pelo que é difícil e inusual, apenas com o objectivo de bater novos recordes.
A montanha requer pureza e simplicidade; requer ascetismo.

Oh céu acima de mim! Céu claro e profundo! Abismo de luz!
Ao contemplar-te estremeço de divinos desejos!
Elevar-me à tua altura: eis a minha profundidade! Cobrir-me com a tua pureza: eis a minha inocência!
(...) E quando eu caminhava só, de que tinha a minha alma fome durante as noites e nos caminhos do erro?
E quando eu escalava montes, a quem procurava nos píncaros senão a ti?
E todas as minhas viagens e todas minhas escaladas não passavam de um expediente e recurso da inércia.
O que a minha vontade toda quer é voar, voar para ti!
Estas são palavras que Friedrich Nietzsche, o filósofo defensor da vontade de poder, escreveu nas montanhas isoladas de Engadine.
Para algumas pessoas estas palavras poderão não passar de efusões líricas.Para outras elas podem conter tanto o sentido íntimo da atitude espiritual heróica, o espírito do que é acção, como da disciplina do auto-controlo implacável. O templo deste espírito é a majestade primordial dos cumes, os glaciares, as fendas e abismos de gelo, e o céu azul sem limites.
Neste contexto os cumes montanhosos e os cumes espirituais convergem numa simples e ainda assim poderosa realidade.

Julius Evola

Artigo publicado no Boletim Evoliano nr 1 - 2ª série
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Livro - Revolta Contra o Mundo Moderno


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O JUDEU TROTSKY E A “REVOLUÇÃO PERMANENTE”

É muito notória a obra de Leyba Braunstein, mais conhecido por Trotski, intitulada A revolução permanente, tendo surgido editada em várias línguas.
Trata-se de uma obra em geral interessante, na medida em que mostra como mesmo no interior da ideologia comunista, essencialmente sobre a base da mentalidade hebraica, se chega àquelas conclusões de radicalismo revolucionário, ante as quais, apesar da sua evidente perversão, o bolchevique ou comunista de raça ariana muitas vezes não se atreve a formular.

A dissidência entre o “trotskismo” e os representantes oficiais do regime comunista deve ser compreendida de certa forma sob estes mesmos termos. León Trotski, filho do gueto, ergue-se como o expoente da pura ortodoxia comunista, contrastando com aqueles que a tinham atraiçoado, os quais foram sobretudo os seguidores de Estaline.
Os tiranos sanguinários que triunfaram na demolida terra russa, para Trotski, tinham-se convertido em burgueses e reaccionários ou, na melhor das hipóteses, em diletantes que teriam abandonado o caminho justo e que estariam a pontos de comprometer da maneira mais deplorável a causa em nome de uma ideia - para horror dele - veladamente nacional.
Aliás, quem pretender seguir o comunismo como a um elemento químico cem por cento puro, como derivado de modo directo do seu profeta Mardochai, isto é Carlos Marx, deve-se dirigir a ele, León Trotski, e não a tais desviacionistas.

A doutrina da raça requer que apenas sobre a base de um mesmo sangue se possa assimilar e desenvolver verdadeiramente uma ideia única.
A herança do judeu Marx por descendência legítima recai sobre o judeu Trotski, mais do que a qualquer outro, cuja adesão ao marxismo só se torna ideal se desapegada da voz profunda do sangue e, mais ainda, ignorante ou quase em relação às finalidades últimas da frente de subversão mundial.
Além de que se ignora também que o marxismo, por sua vez, é acima de tudo puro hebraísmo secularizado, uma face dupla do sonho cosmopolita milenário de Israel, uma manifestação em plano mais baixo da ideia, também ela secular, da raça eleita.
Isto é algo definitivamente notório para qualquer estudioso da questão judaica, pelo que nem vale a pena insistir mais aqui sobre isso.
Sem dúvidas, abordando de passagem, acaba por não ser de modo algum supérfluo o testemunho que um correligionário de Marx, pouco conhecido, nos fez chegar: Baruch Hagani (Le sionisme politique, París 1918, pgs. 27-28):
“Marx, esse descendente de rabinos e de doutores da lei, herdou toda a força lógica dos seus antepassados; ele foi um talmudista lúcido e claro, ao qual as minúcias da prática não lhe colocavam problemas; foi um talmudista que se dedicou à sociologia política aplicando qualidades inatas próprias de um exegeta à análise da economia.
Esteve imbuído daquele antigo materialismo hebraico, que sonha perpetuamente com um paraíso sobre a terra e sempre rejeitou aquela longínqua e problemática esperança de um éden depois da morte; contudo, ele não foi apenas um lógico, foi também um rebelde, um agitador, um áspero polemista, e apurou os seus dotes de sarcasmo e de invectiva, donde também Heine os tinha ido buscar: às fontes hebraicas.”

Vale ressaltar aqui como essa propalada "tradição" continua em Trotski, examinando, neste caso, a sua ideia de "revolução permanente", através da qual ele acusa os oficiais bolcheviques de heresia, enquanto, do lado contrário, estes mesmo oficiais vêem nele um dissidente perigoso.
Embora estas dissensões pareçam a quem está de fora mera rixas entre familiares, para Trotski, tendo em conta o aspecto racial elas têm um significado importante.

O que significa para Trotski a "revolução permanente"?
Trata-se de "uma revolução que não quer lidar com nenhuma forma de domínio de classes, que não se detém no estágio democrático, mas sim prossegue com medidas abertamente socialistas e a guerra contra a reacção externa; é uma revolução, em que cada etapa está contida em germe no estágio anterior, uma revolução que apenas se vê concluída quando a sociedade classicista for totalmente eliminada" (p.33).

Esta posição é particularmente importante na medida em que afirma a unidade e a continuidade fundamentais do processo revolucionário, algo que ainda nos dias de hoje escapa a muitos iludidos, que acreditam que o regime democrático ou republicano, no sentido estrito, é uma forma dotada de vida própria, em vez de uma fase de um processo fatal, destinado a subvertê-la e a ir além dela, até chegar ao ponto final, que é a dissolução completa de qualquer conceito de classe ou nação.
Esta noção trotskista e, de certo modo, também marxista da "revolução permanente", como é enunciada aqui sem a menor reticência, constitui um princípio metodológico muito importante para quem quer profundamente aprofundar, na sua essência e não apenas em qualquer manifestação singular, o fenómeno revolucionário.

Concordamos plenamente com Trotski. Da mesma forma como na teologia aristotélica, o primeiro motor - que corresponde ao termo final da passagem das diferentes potências ao seu acto - pressupõe todo seu desenvolvimento, até nas fases mais inconscientes e obscuras do mesmo, a ditadura do proletariado é o verdadeiro "terminus ad quem", o último significado e o último estágio fatal de qualquer processo revolucionário, subversão ou investimento antitradicional. 
Com base nessa premissa, Trotski     está perfeitamente correcto em sua polémica contra aqueles que consideram necessário o amadurecimento gradual da revolução através de uma primeira fase burguesa e democrática, ou seja, uma fase socialista-nacional e, finalmente, uma proletária internacional.
Todos esses graus podem ser avançados: já que sabemos para onde queremos ir, na medida do possível, o proletariado deve fazer tudo para agir directamente e assumir o controlo do poder. Caso contrário, existe o perigo de parar no meio da estrada e acabar em perigosos desvios: o exemplo da revolução comunista chinesa abortada é para Trotski um dos mais instrutivos a este respeito. É precisamente nos países que "menos progrediram" (ou seja, menos podres) que a teoria da acção directa se impõe.
Uma vez que o poder é alcançado, o proletariado deve "elevar até ao seu próprio nível" a substância restante do povo, posto que o outro carácter da revolução permanente é o elemento totalitário, o desprezo pelas formas "pacifistas" de evolução, mas em segundo plano também pôr todos os limites a qualquer elemento positivo:
"as subversões na economia, na tecnologia, na ciência, na família, nos usos e costumes, no momento em que ocorrerem, combinarão situações tão complexas que a sociedade nunca pode chegar a um estado de equilíbrio. Neste caso, o carácter permanente da revolução socialista será revelado "(p.36).

O segundo aspecto fundamental da teoria da revolução permanente é o seu internacionalismo resoluto. Trotski invectiva violentamente aqueles para quem "a conquista do poder nos quadros nacionais representa, no fundo, não o acto inicial, mas sim o acto final da revolução: depois deste deveria ser efectuado um período de reformas que levaria a uma sociedade socialista nacional".

Mesmo reduzida a um miserável resíduo, a ideia do pátria despertava no judeu Trotski  a repugnância mais inultrapassável. Trotski estava convencido de que a Rússia estaria prestes a experimentar esta "aventura" do socialismo "nacional", vendo nessa coisa o cancro que corrói a orgânica soviética a levará à sua ruína.
Neste sentido, lançou o alarme para os trabalhadores de todo o mundo para que eles não se deixassem seduzir por "traidores". Para ele, uma ditadura proletária isolada seria um absurdo: só faria sentido se representasse o fim parcial de um processo que, por sua essência, é internacional e antinacional, e havendo plena consciência disso de modo a não se perder de vista o objectivo final e sobretudo os objectivos supranacionais gerais, que não devem ser influenciadas pelos fluxos ou refluxos da onda revolucionária nos diferentes países.

Este é outro ponto importante que não devemos perder de vista: no que se refere à sua tendência profunda, podemos constatar a unidade do processo revolucionário não apenas no tempo, isto é, além da diversidade de seus graus e de suas diversas formas de aparecer na história, mas também no espaço.
Quer num sentido quer noutro, mais além de toda a revolução encontra-se a Revolução: quem concentra a sua atenção num determinado fenómeno revolucionário por si só e tenta explicá-lo com base em elementos locais e contingentes, confunde o essencial com o acessório, o permanente com o acidental, as verdadeiras causas com o que em filosofia são chamadas de causas ocasionais.
Mas o olhar "lúcido e claro" do médico da lei talmúdica soube ver este ponto com muita precisão, no qual a miopia de tantos contemporâneos mantém, a esse respeito, a mais deplorável ignorância.
Trotski na verdade quis dar uma justificação ‘técnica’ do carácter supranacional necessário à revolução.
“O internacionalismo – diz-nos ele –  não é um princípio abstracto: o mesmo não é mais do que um reflexo político e teórico do carácter mundial da economia, do desenvolvimento mundial das forças produtivas e do impulso mundial da luta de classes.”
E repete (pág. 211):
“Na medida em que o capitalismo criou o mercado mundial, a divisão do trabalho e as forças produtivas mundiais, preparou também o conjunto da economia mundial para a reconstrução socialista.”
Todavia, é aí que o Trotski, mais avançado do que os seus colegas arianos nas manobras da grande guerra oculta, é traído. Temos, então, de facto, uma confissão muito explícita da solidariedade funcional do internacional capitalista com o socialista.
No entanto, Trotski  resiste até ao limite de revelar o verdadeiro significado de tal funcionalidade. Aqui reside o ponto fundamental que distingue o judeu visionário do bolchevique iludido na sua boa-fé. Trotski foi muito cuidadoso ao revelar que o capitalismo o capitalismo internacional preparou o comunismo de uma maneira que não seja meramente técnica, isto é, na constituição de uma economia não meramente nacional.
Demonstra também uma outra preparação na abordagem destes assuntos, em relação à qual podemos abordar uma circunstância que se tornou de domínio público, nomeadamente os generosos subsídios feitos pelo consórcio internacional hebraico de Nova York (Schiff e Co.) ao movimento comunista mais radical e precisamente através de Trotski     que não passaram diretamente pelo "puro" Lenine Trotski , do mesmo modo que os seus patrocinadores ocultos, leva voluntariamente os outros a acreditar que trabalha para edificar a futura ditadura do proletariado sobre as ruínas da sociedade capitalista, sendo que esta qual preparou a anterior involuntariamente, ao modificar “tecnicamente” a economia mundial.
Mas isso não pode levar alguém a entender quem já se acostumou a olhar nos bastidores e, portanto, começa a prever a verdadeira concatenação de causas e efeitos. É rentável para eles que os "fiéis" engolir a fábula de uma economia internacional automática e racionalizada que, uma vez que todos os precedentes anteriores de classe, nacionais e tradicionais tenham sido destruídos, criarão a felicidade messiânica na Terra: os "iniciados", no entanto, sabem o que fazer com isso: eles usam esses revolucionários entusiásticos como esquadrões projetados para pavimentar o seu caminho, sabendo plenamente que o "automatismo" da economia internacional será um mero mito e que eles serão os verdadeiros líderes e os verdadeiros beneficiários no futuro e proclamaram o Éden.

Porém, com isto não poderá enganar quem se acostumou a observar para além dos bastidores e que, por isso mesmo, começa a pressentir a verdadeira concatenação das causas e dos efeitos.
Proveitoso para eles será que os "fiéis" engulam a fábula de uma economia internacional automática e racionalizada que, uma vez destruídos  todos os antecedentes classistas, nacionais e tradicionais, criará por si só a felicidade messiânica sobre a Terra: os "iniciados" sem dúvida sabem o que esperar a respeito disto, elesusam estes entusiastas revolucionários como esquadrões para lhes abrir caminho, tendo pelna consciência de que o "automatismo" da economia internacional será um mero mito e que eles serão os verdadeiros dirigentes e os verdadeiros beneficiários nesse futuro do apregoado Edén.
O que sem dúvida parece mais inexplicável, do ponto de vista das finalidades tácticas, é a aversão de Trotsky ao regime soviético actual, no qual a perspectiva atrás referida se torna bem visível. A ditadura do proletariado acaba por criar um capitalismo de Estado e por conseguinte reduz a ideologia revolucionária pura a um papel de mero instrumento.
Será que o judeu astuto reconheceu nisto uma descoberta perigosa e prematura, de que essas posturas do regime poderão ser manifestadas apenas quando a plenitude da obra tiver sido cumprida, ou seja, quando a revolução permanente tiver triunfado em todos os sectores e nenhuma resistência seja possível?
A acusação contra o ‘mesianismo’ soviético russo, o qual pensa apenas (segundo Trotsky) em redimir de forma socialista o próprio país, acreditando que este seria predestinado, em vez de trabalhar, "in primis et ante omnia", pelo triunfo da revolução mundial, parece mais do que ambígua, quando questionamos o que esperar desse presumível nacionalismo soviético.
Não obstante, devemos reconhecer algo positivo, para além da ficção e da táctica, nas posições trotskistas em relação à classe rural. Entre os bolcheviques havia e ainda há os que acreditam no mito colectivista, depositando fé no “povo” reduzido à sua expressão mínima dentro dos estratos mais baixos, ou seja, num conjunto constituído por operários e camponeses. Em contrapartida a tal posição, Trotsky possui um profundo desprezo por essa classe que nem a muito custo consegue esconder.
Ele acredita simplesmente numa elite, supostamente entendida no sentido inverso, mas enquanto minoria activa e dirigente. Mergulhando fundo no seu pensamento, vê-se facilmente que, apesar das suas proclamações ‘democráticas’, o judeu Trotsky tem as “massas” em tão fraca conta tal qual como um tirano. Com o seu instinto seguro, ele adverte onde se encontra o perigo no actual sistema russo-soviético.

Porém, com isto não poderá enganar quem se acostumou a observar para além dos bastidores e que, por isso mesmo, começa a pressentir a verdadeira concatenação das causas e dos efeitos.
Proveitoso para eles será que os "fiéis" engulam a fábula de uma economia internacional automática e racionalizada que, uma vez destruídos  todos os antecedentes classistas, nacionais e tradicionais, criará por si só a felicidade messiânica sobre a Terra: os "iniciados" sem dúvida sabem o que esperar a respeito disto, eles usam estes entusiastas revolucionários como esquadrões para lhes abrir caminho, tendo plena consciência de que o "automatismo" da economia internacional será um mero mito e que eles serão os verdadeiros dirigentes e os verdadeiros beneficiários nesse futuro do apregoado Edén.
O que sem dúvida parece mais inexplicável, do ponto de vista das finalidades tácticas, é a aversão de Trotsky ao regime soviético actual, no qual a perspectiva atrás referida se torna bem visível.
A ditadura do proletariado acaba por criar um capitalismo de Estado e por conseguinte reduz a ideologia revolucionária pura a um papel de mero instrumento.
Será que o judeu astuto reconheceu nisto uma descoberta perigosa e prematura, de que essas posturas do regime poderão ser manifestadas apenas quando a plenitude da obra tiver sido cumprida, ou seja, quando a revolução permanente tiver triunfado em todos os sectores e nenhuma resistência seja possível.
A acusação contra o ‘mesianismo’ soviético russo, o qual pensa apenas (segundo Trotsky) em redimir de forma socialista o próprio país, acreditando que este seria predestinado, em vez de trabalhar, "in primis et ante omnia", pelo triunfo da revolução mundial, parece mais do que ambígua, quando questionamos o que esperar se esse presumível nacionalismo soviético.
Não obstante se possa reconhecer que algo positivo existe aqui, para além da ficção e da táctica, nas posições trotskistas em relação à classe rural.

Uma vez destruída a monarquia, o clero, a aristocracia, a classe intelectual, os últimos vestígios da tradição, em especial quando se trata de un país ‘atrasado’, subsiste o campesinato, o qual mantém uma relação com a terra e, apesar de todos os esforços realizados, devido a estas condições de vida, o camponês não pode ser proletarizado sem inconvenientes.
Aqui se coloca então um problema, o facto de a revolução soviética não se ter limitado a proclamar a simples ditadura dos operários proletarizados, mas sim tendo aliado a eles, pelo menos nas aparências constitucionais, os sovietes dos camponeses, isto pareceu a Trotsky algo como uma heresia.
Também aqui ele naturalmente não revela a totalidade do seu pensamento: insiste sem dúvida em dizer que a teoria da revolução permanente rejeita que o camponês possa ter uma função política directiva. Ao fazer isso, a revolução expõe-se a um certo perigo uma vez que: “o camponês ou segue o operário ou o burguês”.
Neste sentido, se o camponês não for submetido à ditadura do puro proletariado operário, isto é, reduzido a uma massa inerte, privada de voz activa, a revolução permanecerá sempre exposta ao perigo da reacção.

“O camponês seguirá a ditadura da burguesia ou a do proletariado. As formas intermédias não servem para mais do que iludir ou adornar a ditadura de uma burguesia já agitada ou aquela que ainda não assumiu nenhuma reacção.” (“O regimen de Kerensky ou de Pilsudski, o fascismo”) (pág. 179).

Deixando ainda que seja uma pequena margem de autonomia ao campesinato, corre-se o perigo de que sobre tal base o inimigo momentaneamente abatido possa voltar a erguer-se e afogar em sangue a revolução proletária. É muito significativa a seguinte frase de Trotsky (pág. 186). “Sob a pressão das massas populares, a burguesia pode dar ainda mais passos para a esquerda, mas apenas o faz para na primeira oportunidade que veja de feição golpear o povo da maneira mais impiedosa. São possíveis ae prováveis alguns períodos de "duplo poder".
Contudo, não haverá uma verdadeira ditadura democrática (isto é, comunista) senão na pura ditadura do proletariado. ”

Noutra passagem (pág. 203), Trotsky é ainda mais explícito: a ‘transformação da revolução democrática em revolução socialista (comunista) deve centrar-se na tomada de poder por parte do proletariado, não como proletariado de uma determinada nação, mas sim como uma fracção do proletariado internacional: este proceso deve ser levado a cabo de modo a que a revolução ‘socialista’ não seja uma faca de dois gumes, isto é, que uma certa socialização que tenha lugar sob a pressão das massas não seja um modo de conduzir a verdadeira revolução, totalitária e permanente.
Os desvios nacionais-sociais do puro internacionalismo proletário devem pois ser evitados a qualquer preço. Tratando-se de um país ainda não desenvolvido como a Rússia, uma das formas seria a de excluir de qualquer função política o elemento rural, o campesinato, o qual constitui uma significativa maioria sobre o proletariado operário.

Também em relação a isto, Trotsky vê com clareza. A superestrutura soviética na Rússia possui um obstáculo que a impede de avançar e este não pode ser exterminado na pessoa de um grupo de chefes ou comissários sob suspeita, trata-se justamento do grupo constituído pelo campesinato, incluindo todo o camponês que, através da reforma de Stolypin, usufruiu dos benefícios da propiedade privada da terra, após séculos de servidão de vária ordem, tais como o "mir" e a comuna rural do período czarista.
A eliminação definitiva da Rússia histórica, a sua tecnização e racionalização até ao limite de a converter num sector amorfo pronto para amalgamar-se com outros sectores da terra nos quais a ‘revolução permanente’ triunfou, em muito se devem à adopção de muitas das ideias que Trotsky reivindica para a ortodoxia marxista e leninista.
Além de Karl Radek (ou Karl Sobelsohn), também ele judeu, mas um judeu escorregadio sempre pronto para servir o mais forte, Estaline, o adversário de Trotsky, constituiu uma espécie de sinal para o desdobramento de forças no tabuleiro da subversão mundial, cujo significado é bastante enigmático.
Para um observador superficial, como mencionado, apenas as rixas familiares são detectadas. E também aquele que lê as páginas densas do livro de Trotsky sobre a revolução permanente tem a sensação de uma polémica sobre subtilezas quase escolares em relação à doutrina. Não existe proporção entre causa e efeito ao considerarmos a rugosidade da ruptura entre trotskistas e estalinistas. O que há para pensar?
No que se refere ao sucedido nas primeiras horas da revolução, as relações iniciais entre Lenin e Trotsky eram bem claras. Lenin acreditava de boa fé em sua ideia, não supunha que a revolução proletária pudesse ser um meio para algo diferente nem tão-pouco que, no contexto da subversão, ele pudesse ser uma ferramenta tanto mais útil quanto desinteressada e afastada de ambições pessoais e vaidades.
Ele acreditava que tanto poderia usar o mundo internacional judeu com impunidade, como o havia feito com o Estado-Maior alemão, quando este apoiou por motivos estratégicos a revolução na Rússia. Trotsky, por outro lado, tinha uma visão mais ampla, tinha sido iniciado nos mistérios que escapavam ao asceta da ideologia pura, como Lenin Trotsky estava indubitavelmente em contacto com os que estavam nos bastidores da conspiração.

Será que podemos pensar que a siuação hoje se inverteu?  Deve pensar acaso que hoy la situación se haya invertido?
Ou seja, que Trotsky tenha sido removido do primeiro plano e relegado para a parte puramente teórica, reflectindo isoladamente sobre a doutrina e respectiva coerência, sem ter contactos relevantes com forças ocultas com a capacidade de promover, de forma silenciosa e de maneiras intrincadas, novos desenvolvimentos da revolução?
Será que para tais forças, uma Rússia não totalmente bolchevique, no sentido que Trotsky lhe dá, hoje seja mais útil para o jogo secreto da subversão mundial do que o esquema internacionalista?
Isto pode ser interpretado em dois sentidos diferentes. No primeiro caso, a Rússia independentemente das imperfeições parciais relativas à pura ortodoxia marxista ou trotskista, na verdade já estará mais além da fase bolchevique, no sentido de que os processos que conduziram a uma centralização quase dictatorial e a uma espécie de capitalismo de Estado pretendem chegar ao último acto da ‘evolução’ que corresponde exactamente ao domínio universal que corresponde àquilo que os‘Sábios de Sion’ do notório documento representam em símbolo bem adequado à estas circunstâncias.
No segundo caso, uma certa restrição da ‘revolução permanente’ na Rússia deve ser interpretada como uma intenção de não prejudicar, com premissas ideológicas extremistas, a possibilidade de alianças tácticas com potências que ainda estão na fase "burguesa" e "democrática" da proclamada "evolução": "a ideia não tem pressa". 
É essencial, antes de avançar, que a frente secreta da subversão mundial promova forças que limitem qualquer possibilidade contra-revolucionária, para evitar a recorrência de aventuras desagradáveis, como o advento espanhol ou checoslovaco, e para liderar os povos que ou se rebelam diante da lei de Israel, ou pratiquem esta lei apenas na forma moderada, correspondente aos princípios imortais e à democracia, até chegar a uma conflagração, e somente após a qual não haveria mais razão para não falar tão abertamente como Trotsky o faz agora, tentando pôr fim à era dos "mitos", até mesmo o do "proletário".


"La Vita Italiana", Maio de 1939.

Revolução do Alto

Uma característica geral destes últimos tempos é a urgência, a pressão e a acção de ruptura exercida a partir do baixo, e em função do baixo, sobre as estruturas existentes: o que corresponde ao único significado próprio e legítimo do termo "subversão".

Esta situação tem como pressuposto óbvio a crise do conjunto das estruturas em causa: quer sejam estruturas político-sociais ou culturais e intelectuais. Assim ela é acompanhada por um processo contra o mundo moderno, a sociedade burguesa e o capitalismo, contra uma ordem que se limita a ser uma desordem exteriormente contida, contra formas de existência que perderam todo o significado superior, desumanizantes, criadoras - para usar um termo abusado - de "alienação".

A revolta contra todos estes aspectos de uma civilização problemática pode ser legítima.
Mas aquilo que caracteriza estes últimos tempos é a carência de toda a acção rectificadora, libertadora ou restauradora do alto: é o facto de se permitir que a iniciativa e a acção, frequentemente necessária, de ruptura, ocorram precisamente a partir do baixo: do baixo, entendido quer como referência a estratos sociais inferiores, quer a valores inferiores. Assim a consequência quase inevitável é o deslocar do centro de gravidade para um nível que está ainda mais baixo do que aquele das estruturas entradas em crise e que perderam todo o seu conteúdo vital.

No campo político-social, o fenómeno apresenta formas tão precisas que é quase supérfluo perder tempo com elas. Ninguém é tão míope ao ponto de, por esta altura, não entender exactamente o que se pretende com, por exemplo, a famosa "justiça social". Ela não é de modo algum a verdadeira justiça, a justiça distributiva do suum cuique, baseada num princípio de desigualdade e já defendida pelos clássicos, como por exemplo Aristóteles ou Cícero. É pelo contrário uma pseudo-justiça tendenciosa, exclusivamente ao serviço dos interesses das classes mais baixas, dos chamados "trabalhadores", em prejuízo dos outros, em nome de mitos que servem apenas para abrir gradualmente o caminho à tomada do Estado pelas forças de esquerda.

Contra esta acção - agora muito bem organizada e quase sem oposição que parte do baixo, e que se liga à mistificação de que só nas classes baixas se pode encontrar o homem natural, são, generoso, etc. e que portanto o fim último do movimento subversivo seria também um novo e efectivo "humanismo" - contra tal acção não existe quase ninguém capaz de reagir com energia. E o princípio da reacção deveria ser este: pode-se denunciar os erros, os defeitos e as degenerescências de um sistema, pode-se ser, por exemplo, decididamente contra a burguesia e contra o capitalismo, mas partindo de um plano que lhes é superior e não inferior, não em nome dos valores "proletários", ditos "sociais" ou colectivistas, mas sim de valores aristocráticos, qualitativos e espirituais: valores que podem dar lugar a uma acção rectificadora até mais radical, desde que se encontrem homens verdadeiramente à sua altura, munidos de suficiente autoridade e poder, de modo a prevenir ou suprimir com uma revolução do alto qualquer veleidade ou princípio de revolução do baixo.

Mas, infelizmente, é cada vez mais claro o quão distantes estão perspectivas deste género dos horizontes intelectuais dos nossos contemporâneos. Pelo contrário podemos constatar como também aqueles que presumem combater contra a "desordem estabelecida" do mundo moderno movendo justas (mas por esta altura óbvias e quase adquiridas) acusações contra a sociedade actual e propondo apenas os valores da personalidade e do cristianismo, não escondem as suas simpatias electivas pelo baixo, pelas "reivindicações" do baixo e pelo pseudo-humanismo de esquerda, mostrando igual intolerância e incompreensão por qualquer solução possível no quadro de um sistema baseado num princípio de autoridade e soberania, de verdadeira ordem e de verdadeira justiça. Como exemplos típicos pode-se indicar Maritain e Mounier, mas também um tradicionalista como L. Ziegler.

É bastante interessante reconhecer a precisa solidariedade desta orientação com outras constatáveis em domínios propriamente culturais. O chamado "neo-realismo" e outras tendências semelhantes não se podem talvez caracterizar por apresentarem abusivamente como "real" apenas os aspectos mais baixos, miseráveis, equívocos e frequentemente até obscenos e vulgares da existência?
Enquanto tudo o resto não teria nada a ver com o que é autêntico, sincero e "real"?

Um caso ainda mais significativo, que indica o vasto raio de acção da difusão da tendência em questão, é constituído quer pela psicanálise quer pelo irracionalismo moderno. Partiu-se de uma crítica, em si mesma legítima, contra o fetichismo da "razão" e do intelectualismo abstracto, contra as superestruturas do Eu consciente. Mas daqui passou-se de imediato de uma abertura do homem não em direcção ao alto mas em direcção ao baixo.
Contra o "racional", fez-se valer o simples irracional, a "vida"; contra o consciente, o inconsciente, e apenas nele se quis ver a verdadeira força motriz da psique.
Assim, também neste domínio o resultado foi uma regressão, uma translação do centro de gravidade humano em direcção ao baixo. A causa é análoga à indicada no campo político-social: pro¬cedeu-se como se fora do "racional" e das suas eventuais prevaricações existisse apenas o sub-racional (o inconsciente, o vital, o instintivo, etc.) e não também o supra- racional: o supra-racional, atestado por tudo aquilo que na história das civilizações se ligou à verdadeira grandeza humana.

Poder-se-iam desenvolver considerações análogas para indicar outros paralelismos, em relação a ulteriores fenómenos culturais contemporâneos - por exemplo, em relação ao existencialismo e a muitas variedades do chamado neo-espiritualismo. Não podemos debruçar-nos sobre isto.
Basta ter mostrado brevemente a idêntica tendência de todo um grupo de fenómenos e o que, infelizmente, estes com a sua presença, que sinaliza a natureza dos tempos, indicam: a inexistência, hoje, de quem tenha as posições e saiba agir não a partir do baixo mas do alto, em todos os domínios.

Julius Evola

Capítulo II do livro Ricognizioni: Uomini e Problemi

Nota: Este texto foi editado no Boletin Evoliano  nr. 12 (2ª série) e pode ser descarregado aqui

¿CUÁNDO SE PRODUCIRÁ EL GRAN DESPERTAR?




29 aprile 2017 Milano p.le SS. Nereo e Achilleo.
Manifestazione "Noi non dimentichiamo" in ricordo di Sergio Ramelli, Carlo Borsani ed Enrico Pedenovi.
IL FINALE DELLA MANIFESTAZIONE: La Compagnia dell'Anello esegue "Il domani apparteine a noi".



Para respirar alejándonos de los ridículos miasmas de la politiquería, quisiera referirme a un mensaje que me envía un lector de La Nouvelle Revue d’Histoire. Un lector descontento, debo precisar.
Tiene 21 años y estudios científicos. Vive en el gran París periférico. Ha reaccionado ante la lectura de nuestro reciente dossier «Las derechas radicales en Europa».

Me reprocha que, en mi editorial, no haya respondido a la pregunta «¿Que hacer?». Subraya mis distancias respecto a la acción política, y destacando que yo hablo de «solución espiritual», me dice en sustancia: «Vale, muy bien, pero todo eso no me dice nada acerca de cómo reaccionar ante la decadencia europea».
No creo traicionar ningún secreto si reproduzco mi respuesta, que resume hondamente mi modo de ver. Es la siguiente:

«No espere de mí recetas para la acción. Espere de mí que le diga cuál es la vocación de su generación. Si desea comprometerse en la acción política, comprométase, pero a sabiendas de que la política tiene sus propias reglas que no son las de la ética. 
Cualquiera que sea su acción y su propia existencia, es vital que cada día cultive en sí mismo, como una invocación inaugural, algo que debe convertirse, por repetición, en una fe indestructible. Una fe indestructible en el futuro europeo más allá del periodo actual. 

»Pienso a menudo en la desesperación de Simaco, denominado “el último romano”, uno de nuestros antepasados espirituales. Me he referido a este personaje bien conocido en mi libro Histoire et tradition des Européens)[Historia Y Tradición de Los Europeos]. 
Simaco, gran aristócrata romano, vivió a finales del siglo IV, época siniestra donde las haya. Murió como testigo desesperado del fin de la antigua romanidad. 
Ignoraba que el espíritu de Roma, heredero a su vez del helenismo, renacería ulteriormente y de forma perpetua en nuevas formas. Ignoraba que el alma europea, o, con otra palabras, el espíritu de la Ilíada, es eterno a escala humana (que no es desde luego la de la física de los astros). 

«Nosotros que conocemos la historia acontecida en algunos miles de años y la exploramos con la mirada interrogadora que podía ser la de Simaco, sabemos lo que él ignoraba. 
Sabemos que, como individuos, somos mortales, pero que el espíritu de nuestro espíritu es indestructible, al igual que el de todos los grandes pueblos y de todas las grandes civilizaciones. 
Por las razones que he explicado a menudo (y a consecuencia del Siglo de 1914), lo que está adormecido no es sólo la Europa del poder. Es ante todo el alma europea la que está adormecida. ¿Cuándo se producirá el gran despertar? Lo ignoro y, desde luego, yo no lo veré. Pero de este despertar no dudo ni un solo segundo. 
El espíritu de la Ilíada es como un inagotable río subterráneo que siempre renace. Porque ello es cierto, pero invisible, es necesario repetirlo noche y día. Y este secreto (la eternidad del espíritu de la Ilíada) nadie podrá nunca robárnoslo.» 

DOMINIQUE VENNER

A etapa tradicionalista de Evola: Influencias


 A fase já meramente Tradicionalista de Julius Evola, a fase final após passar através as anteriores - a vanguardista e a filosófica (1) - que poderíamos considerar como preparatórias desta, abarca desde o início da década dos anos 30, até á morte do nosso grande intérprete da Tradição, em 11 de junho de 1974.

A configuração final da cosmovisão de mundo tradicional do mestre romano, tem influências definitivas, de forma especial, em três autores: René Guénon, J.J. Bachofen e Hermann Wirth.

Do Francês Guénon, Evola faz sua a caracterização de duas categorias existenciais e vitais, as que em diferentes épocas o homem tem aderido, que são 'O Mundo da Tradição' e 'O Mundo Moderno'.
A visão do mundo e da existência, é próprio de cada um delas e tornar-se-á o eixo a partir do qual o mestre italiano fará girar os vários estudos que realizou ao longo destas quatro últimas décadas e meia da sua vida.

A antítese representada, de um lado, por um tipo de homem ( O Homem da Tradição (1) ),  que consagra toda a sua existência e que o faz dentro das comunidades que fazem o mesmo (Mundo Tradicional) e, por outro lado, por outro tipo de homem (o homem moderno), assim como por outro tipo de sociedade cujos laços com Alto estão quebrados, e cujos integrantes são forçados ao mais rude materialismo (mundo moderno), irá fornecer, como antítese, a Evola as chaves definitivas para ajustar o foco de todas as suas análises e estudos.

Do Suiço J.J. Bachofen retirará bastante dos seus trabalhos sobre a morfologia dos dois tipos de culturas e civilizações antagónicas que foram sucedendo ao longo da história da humanidade: umas de tipo patriarcal, que entende do aristocrático, do diferenciado, da forma, e  do hierárquico, e de um tipo de espiritualidade viril, apolínea, solar e Olímpica. e outras, por outro lado, de tipo matriarcal que entende do ginecocrático, igualitário, do promíscuo e indiferenciado, e dos cultos de carácter telúrico, ctonio e Lunar.

Deve-se, em outros assuntos, assinalar que o autor suíço adquire o direito de um certo evolucionismo que Evola não compartilha, pois situa as origens do discurso humano pelo tempo, as sociedades de carácter matriarcal que tinham sido, felizmente em determinados períodos, substituídas - num sentido evolutivo – por outras de carácter patriarcal, quando, contrariamente a esta abordagem, o mestre italiano situa as origens (e de acordo com as diferentes tradições e textos sacro-sapientes) das comunidades patriarcais (na Idade do Ouro ou Satya-yuga) e, posteriormente a estas - como resultado de um processo involutivo, de queda - das sociedades de natureza matriarcal.

Do Holandês Hermann Wirth, Evola mostra muito interesse pelas suas investigações arqueológicas, já que através das constatações efectuadas pelo pesquisador holandês (em que o elemento rúnico não é exactamente trivial) se demonstre que, embora a origem dos povos Indo-Europeus esteja localizado na cultura escandinava Ertebolle-Ellenberk, estes povos são os herdeiros de outros proto-indoeuropeus cujas origens remontam ainda  mais a norte.

É assim que Evola reverte o seu lugar original para os míticos (2) Thule ou Hiperbórea da tradição greco-romana, a Aryanem Vaejo do Avesta iraniano ou a esse Monte Meru que falam os Vedas ... a essa terra que teria estado localizada na latitudes mais setentrionais do planeta, e em que teria acontecido a Idade de Ouro ou Satya-yuga (ou Satya-yuga): a Tradição Primordial.

As contribuições desses três autores, são capitais pata o mestre romano na hora do seu desenvolvimento de uma metafísica da história, de uma morfologia do Mundo da Tradição e do mundo moderno.

NOTAS:
• Algumas das principais características que definem este tipo de homem podem ser lidas no nosso livro “El Hombre de la Tradición” (Editorial EAS).
• “La etapa filosófica de Evola: influencias”:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/21/la-etapa-filosofica-de-evola-influencias/
• O carácter mítico desse lugar originário da Idade de Ouro, seguramente se reveste de um carácter também real, como por exemplo, pensamos que é demonstrado pela leitura do trabalho do autor indiano Bal Gangadhar Tilak “El hogar ártico de los Vedas” (Editorial Retorno).

Autor: Eduard Alcántara
Traduzido de:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/25/la-etapa-tradicionalista-de-evola-influencias/

Julius Evola: Presente

A 11 de Junho de 1974 falecia Julius Evola na sua residência romana de Corso Vittorio Emanuele.
No 43º aniversário do dito óbito não podíamos permanecer em silêncio, pois o legado que nos deixou o mestre e grande intérprete da Tradição não tem comparação possível.
Poderíamos comentar detalhes no mínimo incríveis do seu post mortem que seguramente nos fariam pensar que o de Evola não se tratou meramente das inestimáveis doutrinas que nos fez chegar mas que inclusivamente operou uma transformação interior que o tornou ontologicamente partícipe da Tradição Viva.

Ninguém como Evola sustentou a certeza inerente à Tradição de que não existem fatalismos contra os quais um tipo de homem diferenciado não possa lutar para reverter a deletéria prostração a que nos conduziu o mundo moderno".

Ninguém como Evola nos soube mostrar onde se encontram as incorruptas trincheiras da Frente da Tradição pois ninguém como ele as limpou tão bem das escórias da modernidade mais descaradamente materialista ou então das pseudo-espiritualidades que se esforçam por aturdir e confundir aqueles que sentem a chamada da Tradição e a luta, interna e externa, contra o Mundo Moderno.

Ninguém como ele nos colocou no caminho certo.

Ninguém como ele nos deu certeza e luz... a Luz do Norte!

Excertos do editorial escrito por Eduard Alcantara no Boletim Evoliano nr 10 e 11 (2ª serie)
Descarregue o Boletim e leia o artigo aqui


Algo invulgar: o prof. Robert Faurisson move um processo contra os seus difamadores

Desta vez, e para variar, o prof. Robert Faurisson moveu ele mesmo um processo contra os seus difamadores.
É claro, que como sabem todos os conhecedores do teatro de sombras e fantoches do "Holocausto", o processo será perdido.
No entanto, neste pequeno vídeo filmado á porta do tribunal, são excelentes as descrições do que se passa na sala de audiências, eloquentes e instrutivas.




Aproveitamos para acrescentar alguns links relativos ao prof. Robert Faurisson, para quem ainda não os conheça:

Blogue:
http://robertfaurisson.blogspot.pt/

Vídeo «Robert Faurisson - Un Homme»:



Vídeo «Le Problème des chambres à gaz»:



Entrevistas sobre o revisionismo literário de RF, incluindo a sua magnífica decifração do soneto «Voyelles» de Rimbaud:
https://www.dailymotion.com/mereedrante

Aniversário do nascimento de Julius Evola

Hoje celebra-se o aniversário do nascimento de Julius Evola (19-Maio-1898).

Filósofo, escritor metapolítico e um dos mestres da Cultura e Tradição Europeias, foi um defensor do tradicionalismo, com uma visão "ascendente" ou continuamente melhor para a sociedade.

A nossa melhor homenagem, é nunca esquecer:

"Uma única coisa deve importar ao Homem: permanecer de pé entre as ruínas"
Julius Evola

Equinócio de Primavera

Mais uma vez, e como sempre, a Legião celebrou o Equinócio de Primavera saudando o nascer do Sol.
Ocasião em que o dia e a noite se equilibram, o fim do Inverno e o início de um tempo mais quente.
É a altura onde a Natureza renasce... assim como o Legionário.











Corneliu Zelea Codreanu - O Inicio da Vida Legionária



Corneliu Zelea Codreanu - The Beginnings of Legionary Life

Coincidindo com o aniversário do seu assassinio, esta secção do capítulo "The Legion of Michael the Archange" é tirada da autobiografia de Corneliu Zelea Codreanu "For My Legionaries", e diz respeito aos fundamentos do movimento Legionário que foi fundado por Codreanu no periodo entre as guerras.
A Legião lutou incansavelmente por uma Roménia tradicional e cristã, e foi por essa causa que Codreanu deu a sua vida em 1938.
 

Descanse em paz, Căpitanul.

Entrevista a Julius Evola (Traduzida em Português)


Parte 1 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética


Parte 2 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética


Parte 3 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética


Parte 4 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética

Adenda ao último post

De Eduard Alcántara:

"Evola dice que para ser de 'raza pura' tienes que cumplir con los 3 niveles de la misma: la 'raza del espíritu', la 'raza del alma' y la 'raza del cuerpo'. La del cuerpo es un reflejo de la del alma y ésta de la del espíritu. En el plano del Espíritu se debe conquistar un tipo de Espiritualidad solar, esto es, llegar al Conocimiento del Principio Primero eterno e Inmutable y transformar interiormente hasta hacerte uno con él (esto a través de la 'vía heroica' que supone la Iniciación).  En el plano del alma (como sinónimo de mente), como de forma natural al haber culminado lo dicho anteriormente en el plano del Espíritu, se deben hacer nuestros valores como la 'gravitas', la fidelidad, el honor, la lealtad, la constancia, la impasibilidad, el espíritu de servicio y sacrificio, la abnegación,... Y en el plano del cuerpo los valores propios del plano del alma se reflejarán en una nobleza de rostro de ese hombre indoeuropeo que, dicho sea de paso, al ser, a su vez, descendiente del hombre boreal de la Edad de Oro es el único que atesora la potencialidad de Conquistar la Eternidad (a través de la mencionada 'vía heroica').
Este arquetipo de 'raza pura', que cumple con los tres planos del hombre, no es un punto de partida sino una meta a la que aspirar. Se llegue a su culminación o no lo cierto es que si se brega por ello se habrá recorrido mucho camino que, quizás, sea completado en el post mortem.

Para conocer los pormenores esta vía post mortem es recomendable la lectura del "Libro Tibetano de los muertos" o "Bardo Thodol" o del "Libro egipcio de los muertos". De ella hablo en https://septentrionis.wordpress.com/2009/02/08/la-ilusion-reencarnacionista/
 
 
Ciertamente el cristianismo no acredita en la necesariedad de las cualificaciones innatas y es por esto (en parte)por lo que ofrece la posibilidad a todos.
 
Para saber de lo explicado por Evola sobre el tema de la raza tenemos su "Sintesi di dottrina della raza" (traducido al castellano como "La raza del Espíritu) y sus "Orientaciones para una educación racial". También escribí al respecto:
 
Mucho se ha escrito, a partir del desconocimiento, sobre la postura que el gran intérprete de la Tradición, Julius Evola, mantuvo a lo largo de su vida a propósito ...
 


Hace algún tiempo redactamos un escrito bajo este mismo título. En aquella ocasión empezamos por intentar realizar un esbozo de la ´doctrina de la raza´ que el ...
 
 
Lamentablemente sigue sin entenderse, por franco desconocimiento, la postura que Julius Evola tenía con referencia al tema racial. Tanto es así que hace poco ...
 


Las presentes líneas no son más que la continuación de tres escritos que fuimos publicando hace un tiempo y que llevaban el mismo título que éste. El sentido de ...
 
 
 
 
 
Um dia alguém nos comentava uma passagem da Cidade de Deus de Santo Agostinho: Vês aqueles homens (?), parecem iguais a nós, alguns até são muito parecidos, mas é só exteriormente porque por dentro eles não nos pertencem e estão até nos nossos antípodas.

Solstício de Inverno

Tal como todos os anos, a Legião celebrou, no passado dia 21, a sua cerimónia do Solstício de Inverno. No dia mais curto do ano, no dia em que o Sol morre para de seguida renascer, a Legião evoca sempre aqueles que, embora já não se encontrando fisicamente entre nós, continuam a marchar nas nossas fileiras em espírito. Aqui fica o texto lido durante a cerimónia deste ano:
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 Em 2009 a estreia americana do filme alemão A Woman in Berlin e um estudo universitário sobre as vítimas alemãs de violação começaram a despertar a atenção para um assunto que ainda é considerado um tabu na sociedade alemã e ocidental da actualidade: as violações em massa de mulheres alemãs perpetradas pelos soldados do Exército Vermelho, após a queda do III Reich de Hitler.
Quanto ao filme, este é baseado num diário de uma mulher anónima berlinense, que teve vida bem real. Dolorosamente real.  Baseia-se num livro, da autoria da jornalista  Marta Hillers, publicado numa edição anónima. A narrativa cobre a época que vai de 20 de Abril a 22 de Junho de 1945, durante a tomada de Berlim por parte da forças soviéticas. A escritora descreve a propagação de situações de estupro por parte dos soldados do Exército Vermelho, inclusive a dela própria. A sobrevivência era encarada por estas mulheres com algum pragmatismo, e por vezes escolhiam alguns oficiais soviéticos de alta patente para sua protecção. Quando foi publicado em 1953 na Alemanha Ocidental, o livro foi recebido com desprezo e negação. A autora recusou-se a publicar outra edição durante o seu tempo de vida. A primeira edição em inglês surge nos EUA em 1954. Em 2003, dois anos depois da morte de Hiller, uma nova edição é publicada na Alemanha, de novo anónima. Um editor alemão Jens Bisky, identificou a autoria do livro como sendo da jornalista Marta Hillers, o que causou alguma controvérsia literária, tendo certas facções político-intelectuais colocado questões quanto à sua autenticidade. Mais tarde , em 2008 irá dar origem ao filme mencionado.  
As questões colocadas pelos críticos do livre vêm sendo facilmente desmontadas, pelo menos, quanto à veracidade histórica da narrativa. Pois os historiadores apontam que cerca de dois milhões de mulheres alemãs foram violadas após as forças soviéticas e dos aliados terem derrotado o exército alemão, na primavera de 1945. Durante décadas, as mulheres alemãs mantiveram silêncio acerca deste facto, tal como acontece com um trauma profundo.
No entanto, actualmente, um investigador alemão encetou um estudo pioneiro acerca destas vítimas de violação.
Após um longo silêncio, a propósito desse estudo, uma contemporânea desse funesto período, Ruth Schumacher, com 83 anos, decidiu contar a sua história, no ido ano de 2009. Ela lembra-se com clareza de vários factos, como por exemplo de pedir abrigo e protecção dos ataques aéreos de americanos e soviéticos. Tinha 18 anos de idade quando estava  amontoada e ferida, em conjunto com dezenas de civis, com água gélida até aos joelhos, numa mina abandonada em  Halle-Bruckdorf, na Alemanha Oriental.
Conta ela que pouco demorou até os combates terem acabado e, após as forças americanas se terem retirado, os soldados do Exército Vermelho começaram a atacar sexualmente as mulheres mais jovens da cidade.
"Fui violada por um grupo de cinco russos. Estas memórias regressam constantemente; é impossível esquecer uma coisa destas. Por vezes, depois de ter falado sobre isto, acordo passadas poucas horas de sono com pesadelos, a gritar e a chorar. "
Schumacher de muito pouco se esqueceu, durante estes 65 anos, na memória prevalecem os rostos dos violadores e as dores sentidas. Muitas das amigas dela foram também violadas repetidamente. Mas nenhuma delas fala nunca acerca do assunto.
"Avisei uma amiga minha a quem aconteceu isto para não falar sobre o assunto a ninguém, pois seria muito perigoso. Ninguém falava sobre o que se passou."
Na Alemanha de Leste comunista, contou Schumacher que foi forçada a assinar uma declaração na qual negava peremptoriamente que alguma violação tivesse ocorrido. Na posição oficial da República Democrática Alemã, os soviéticos foram libertadores e nunca perpetradores de crimes de guerra.
Como resultado disto, para as mulheres deste antigo país, o medo de perseguição política e a vergonha - em conjunto com sentimentos de culpa pelas propaladas atrocidades do regime nazi - criaram um determinado código de silêncio.
"Eu não queria saber nada acerca do que aconteceu às outras pessoas nem elas queriam saber da minha situação. A minha consciência estava pesada quanto bastasse. Não a queria piorar ainda mais. Embora nos sentíssemos envergonhadas acerca das coisas que se falavam sobre os crimes da época nazi, nós não tínhamos culpa das atrocidades que os governos cometem." Ela também referia que alguns alguns soldados soviéticos diziam pagar na mesma moeda aquilo que as tropas alemãs haviam feito aquando da entrada das forças do Eixo na União Soviética alguns anos antes. Todavia, não há registo que prove que tal precedente se tenha verificado.
Um trauma duradouro
Os historiadores indicam que pelo menos dois milhões de mulheres alemãs foram violadas no final da II Guerra Mundial. Este número baseia-se nos registos clínicos hospitalares e nas interrupções voluntárias de gravidez aqui registadas.
Muitas mulheres, como Schumacher, foram violadas várias vezes. Os tribunais militares e outros tipos de registos denunciam várias centenas de violações perpetradas por soldados americanos e franceses em 1945, mas a grande maioria foi da autoria dos soldados soviéticos na zona oriental da Alemanha.
Dr. Phillip Kuwert, a médico catedrático da University of Greifswald, do departamento psicoterapia, aponta que cerca de 200 000 crianças foram concebidas por alemãs violadas por soldados russos.  
Aliás, Kuwert entrevistou as mulheres mais velhas das que foram violadas em 1945. O objectivo maior do estudo era registar o impacto de longo prazo do trauma que elas mostravam, Este médico pretendia obter o depoimento destas violações antes de estas mulheres morrerem.
"Elas ficaram muito sensibilizadas com o nosso estudo e tudo isto, em especial porque o seu sofrimento ganhou uma voz. Mesmo que tardia. Ter uma voz é melhor do que permanecer no silêncio para sempre." disse ele.
Mesmo assim, Kuwert escolhe muito criteriosamente as suas palavras, pois a Alemanha tem-se deparado com muitas dificuldades para lidar com o propalado passado de genocídio e crimes. Por isso, confrontou-se com muitas dificuldades para conseguir livremente pesquisar entre pessoas não judias na qualidade de vítimas.
Ele reporta também que recebeu muitos emails da parte de familiares das vítimas dizendo que muito gostariam que este estudo tivesse sido feito muitos anos antes, de modo a que suas mães e avós tivessem participado nele.
A violação de mulheres indefesas desde sempre constituiu uma arma de guerra por parte das forças ocupantes. Mesmo quando estas não se manifestam sob a forma militar. Constituem uma manifestação de força dominadora sobre algo e alguém que já não tem defesa válida, nem o elemento alpha, masculino, macho, para seu resguardo. É a ofensa máxima que algum povo, enquanto colectivo, identidade, poderá sofrer. Ele está a acontecer sob os nossos olhos, de modo mais sub-reptício e sob o beneplácito e consentimento inconsciente de muitas mulheres deste Ocidente putrefacto.
 

ENTREVISTA A EDUARD ALCÁNTARA

Hace unos pocos años se nos realizó, de parte de Editorial Eas, una entrevista que hasta ahora había quedado inédita. Dado que los contenidos de nuestras respuestas responden, como no podía ser de otra manera, a nuestra concepción Tradicional de la existencia hemos decidido su publicación:

PREGUNTA:
Estimado Sr. Alcántara, la educación pública está envuelta por un dogma invulnerable que presupone ciegamente una línea de progreso positiva, causando así la despreocupación y confianza por la educación de las nuevas generaciones, de la que debiera encargarse el Estado muy adecuada y honestamente. ¿Podría hablarnos de la realidad del ámbito educativo en España, teniendo en cuenta su cercanía al mismo? ¿Por qué patrones generales se rige, por ejemplo, la asignatura de “Historia” y/o “Filosofía” oficialmente?
RESPUESTA:
Vivimos en una época en la que sólo se habla de derechos (que, por otro lado, el Establishment casi nunca cumple) y a duras penas se hace mención a los deberes y obligaciones. El deber presupone esfuerzo y éste resulta casi incomprensible – a la vez que poco menos que algo denostado- en especial para las generaciones más jóvenes que sólo conocen de la vida fácil en la que sus deseos les suelen ser satisfechos sin la contrapartida del haber hecho merecimientos para obtenerlos. Exigirles esfuerzos y el cumplimiento de sus deberes choca, pues, con su fofo carácter no forjado y los resultados se plasman, ¡cómo no!, en el ámbito educativo con una deficiente asimilación de los contenidos (ya de por sí rebajados en su dificultad) trabajados en clase. Nuestro mundo hedonista es laxo y nuestros alumnos son un fiel reflejo de esa laxitud.
Si a los alumnos se les imbuye de la idea de que vivimos en la mejor de las sociedades posibles, de que el nuestro es el mundo más evolucionado y de que, por contra, el pasado equivalía a retraso cultural y político poco interés pueden tener hacia la historia de su comunidad y/o de la entidad política y/o étnica a la que pertenecen y menos aún hacia la de otras comunidades que le son más o menos ajenas; aunque, paradójicamente, se existe (desde las instancias político-culturales) un incomprensible y aun oscuro interés de ensalzar, entre el alumnado, la historia de pueblos, culturas y etnias totalmente ajenos a la idiosincracia, valores y concepción del mundo que fueron los nuestros característicos. Resulta difícil saber si estos procederes responden a la convicción, por parte de sus mentores, de que en efecto la historia de otros pueblos disímiles al nuestro resulta más loable que la nuestra propia (y, por ello, más digna de ser enseñada a lo largo de las diferentes etapas educativas) o, en cambio, si dichos procederes son fruto de oscuros, negros e inconfesables intereses, maniobras y planes que pretenden cercenar nuestras raíces y nuestra esencia más genuina para convertirnos, definitivamente, en materia fácilmente dúctil y manipulable de cara a los intereses y a las estrategias de este mundo globalizado que va abocando al género humano a una situación mental de encefalograma plano. Quizás dichos procederes respondan a una suerte de enfermizo y suicida etnomasoquismo que ha ido creciendo al calor de la ideología dominante tras el triunfo de la Revolución Francesa y que ha hecho triunfar lo pusilánime, lo igualitario y los valores mercantiles y denosta lo jerárquico, el heroísmo, la concepción trascendente de la existencia, lo viril, guerrero y heroico y, por todo ello, abomina de lo más álgido de nuestra historia …cuyos momentos y hechos más memorables se alumbran en el seno -y a causa- de esos valores a los que anatemiza la ideología dominante.
El área -o asignatura- de Historia viene dada con una hipertrofia de contenidos de orden socio-económico, demográfico, comercial,… que suele hastiar hasta la exasperación al alumnado y le aleja de cualquier tipo de interés por esta disciplina. En cambio, se le ocultan hazañas, momentos épicos, personajes de gesta que despertarían el interés por la historia pero que al Sistema le supondría un grave inconveniente …el inconveniente de que el alumnado contrastara pasados episodios, valores y personajes dignos de encomio con la miseria humana preponderante hoy en día, con la medianía, la bajeza, la ruindad y la mediocridad del proceder de nuestros actuales congéneres en general y de nuestros dirigentes en particular y que, asimismo, contrastara con los antivalores que desgraciadamente rigen hoy en la actualdad. Y es que quien desconoce la historia suele ser más dócil por ser más acrítico, pues sólo conoce del mundo insulso, materialista y consumista en el que se ha criado y desconoce otras posibilidades, otros valores, otra forma de vertebrar la sociedad, otras maneras de entender la vida y otro tipo de instituciones políticas con las que comparar el paroxismo reinante.
El liberalismo, como ideología dominante, también ha seleccionado a su conveniencia el temario de asignaturas como la de Filosofía, difundiendo entre los estudiantes aquellas corrientes de pensamiento que le son más cercanas, o bien aquéllas en las que encuentra sus fundamentos y sus orígenes: racionalismo, enciclopedismo, Ilustración, idealismo, positivismo, empirismo, existencialismo o hasta el marxismo hallan amplio eco en los planes de enseñanza. A estas corrientes de pensamiento habría que añadir otras tales como el evolucionismo o el psicoanálisis que han sido presentadas como ciencias pero que no son más que deletéreas formas de pensamiento. Cuando se echa mano a la filosofía clásica el Sistema sabe qué filones (corrientes y autores) explotar y sabé, igualmente, qué visión sesgada o, peor aun, manipulada ofrecer al alumnado …no oculta -porque no puede-, p. ej., a un Platón pero se cuida muy mucho de penetrar en la esencia de su filosofía, pues ésta resulta de un total contraste y de una irreductible oposición a la ideología que lo sustenta (que sustenta al Sistema político e ideológico actual).

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